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O menor dinamismo da produção de veículos automotores tem pesado em todos os Estados onde atuam fábricas desse segmento, afirmou o pesquisador Rodrigo Lobo, da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso regiões como Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo têm registrado resultados negativos na produção ante igual mês do ano anterior. "Todos os estados onde há produção de veículos automotores mostram não só queda, mas tem nessa atividade o principal impacto negativo", disse Lobo.
Em fevereiro, a produção no Paraná recuou 15,0% ante fevereiro de 2014, com recuo de 42,7% no segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias. No Rio Grande do Sul (-13,7%), há uma queda generalizada, mas a menor fabricação de maquinário agrícola tem papel importante no desempenho regional. Minas Gerais e Rio de Janeiro, por sua vez, registraram perda de quase metade da produção de veículos em fevereiro ante igual mês do ano passado.
"Por outro lado, no Amazonas, a produção de televisores é o principal produto que traz a produção industrial para baixo", destacou Lobo. Nessa região, a atividade da indústria recuou 18 9% em fevereiro ante fevereiro de 2014. Do lado positivo, o Espírito Santo registrou alta de 25,6% no período, impulsionado não só pela produção de minério de ferro, mas também pelo setor de metalurgia.
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Mensal
Na comparação mensal, a produção de veículos até ajudou o resultado do Paraná, que teve aumento de 2,4% na atividade industrial em fevereiro ante janeiro. Segundo o IBGE, a fabricação de caminhões ganhou força no período. "Mas não pode ser considerado uma recuperação, pois é preciso mais resultados sequenciais positivos", disse Lobo. Em janeiro, a produção paranaense havia caído 6,1%.
Em Pernambuco, a indústria, apesar de diversificada, é bastante concentrada na produção de alimentos e bebidas, que levaram à queda de 2,3% na produção em fevereiro ante janeiro. "Recentemente, os produtos alimentícios, com destaque para o açúcar, têm pressionado a indústria pernambucana. No ano passado a cana-de-açúcar teve um comportamento muito positivo, mas depois foi perdendo ritmo. No início desse ano, continua muito baixo, provavelmente por conta da safra", explicou o pesquisador.
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Do lado positivo, o Pará é influenciado pela indústria extrativa que contribuiu para o aumento de 3,4% da atividade industrial no período. "Não só por ser 80% da indústria da região, mas também pelos sucessivos aumentos na produção de minério de ferro", disse Lobo.