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O bolso apertado do brasileiro e o desejo de assistir aos jogos em televisores de tela grande deram novo impulso à produção de TVs de plasma para a Copa do Mundo. Essa tecnologia, um pouco mais antiga em relação à TV de LED e 3D, foi a grande novidade da Copa de 2006. Neste ano, no entanto, a TV de plasma voltou com força.
Só no primeiro trimestre foram produzidos 658 mil televisores de plasma na Zona Franca de Manaus, um volume 484% maior em relação a igual período de 2013. É bem verdade que a grande parcela de aparelhos fabricada em Manaus ainda é de TVs com monitor de cristal líquido (LCD, na sigla em inglês) e LED, que tem mais de uma centena de dispositivos emissores de luz (diodos) nas bordas que melhoram a qualidade da cor. Entre janeiro e março, foram produzidos 4,2 milhões de televisores de LCD e LED, 74% mais, ante o primeiro trimestre de 2013.
No varejo, as vendas de televisores de LCD e LED cresceram 13% em número de unidades no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2013. Enquanto isso, a TV de plasma avançou 290%, nas mesmas bases de comparação.
No fim do ano passado, a grande aposta dos fabricantes para a Copa deste ano era as TVs de LED e as conectadas à internet. Mas o tamanho da tela combinado com o preço mais acessível ampliaram a procura pela TV de plasma. "No momento, a TV que mais vende é a de plasma", diz o diretor comercial do Walmart, Luciano Hoffmann. Ele conta que, desde o fim de 2013, a rede ampliou os estoques desse tipo de produto para a Copa.
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Foi exatamente em busca da melhor relação entre custo e benefício que Celso Cláudio Leite, joalheiro, comprou na sexta-feira da semana passada duas TVs de plasma de 51 polegadas, para colocar no quarto dos filhos de 6 e 8 anos. Cada TV saiu por R$ 1.480.
"Se fosse comprar uma TV de LED quase do mesmo tamanho, de 47 polegadas, desembolsaria R$ 2.100", calcula Leite que comprou à vista as TVs. Ele ressalta que é uma economia significativa, cerca de R$ 600 por TV, e que na sua avaliação, a diferença de tecnologia não é tão perceptível. O joalheiro já tem uma TV 3D, de 56 polegadas, mas diz que pode contar nos dedos as vezes que usou essa tecnologia. "Não há programação 3D disponível e um filme 3D custa caro, cerca de R$ 150."
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Corrida
Rogério Molina, gerente-geral de TV da LG, conta que, no fim de 2013, a empresa solicitou um volume maior de monitores de plasma para a matriz na Coreia, para atender a maior demanda. Ele ressalta que o produto não é tão eficiente em termos de consumo de energia, mas, no momento, o consumidor está olhando a relação entre a maior tela que cabe no seu orçamento. "É o último suspiro", diz Molina, acrescentando que o modelo de plasma de 42 polegadas da marca deve deixar de ser fabricado. A japonesa Panasonic, por exemplo, parou de produzir globalmente TVs de plasma em março.
"Nunca paramos de fabricar TV de plasma", afirma William Peter Lima, gerente sênior da categoria TV da Samsung. Ele explica que a TV de plasma foi um dos pilares escolhidos pela empresa para impulsionar as vendas na Copa. Como boa parte dos consumidores está migrando da TV de tubo para a tela fina, o televisor de plasma é uma opção acessível. Segundo ele, esse tipo de tecnologia vem perdendo espaço nos países desenvolvidos, mas ainda está presente na América Latina.
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Temendo o encalhe, a um mês do início da Copa, indústrias e varejo travam uma guerra de preços. Desde janeiro, os preços das TVs caíram 3,22%, segundo o IPCA. Nas contas da Eletros, que reúne a indústria, o ano será recorde com a venda, no mínimo, de 16 milhões de televisores.