Cotidiano
A secretária de Educação de Santos, Jossélia Aparecida Fontoura, fala ao Diário do Litoral sobre os desafios do sistema municipal de ensino e faz um balanço dos seis primeiros meses de governo
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A palavra de ordem, por enquanto, é manutenção do sistema municipal de ensino. Assim tem orientado o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), a secretária de Educação, Jossélia Aparecida Fontoura, que reconhece que o equipamento público reservado à educação básica tem muito que avançar.
“O prefeito pede e orienta para que a gente não invente uma obra nova, e sim a manutenção é a maior preocupação dele nesse momento”, disse a chefe da pasta, em entrevista exclusiva para o Diário do Litoral
Sobre os seis primeiros meses do novo governo, a secretária se diz contente com o trabalho realizado pela pasta até agora, mas não está satisfeita. Para Jossélia, os demorados processos licitatórios pelos quais todas as ações da Administração Municipal têm que passar vão contra a velocidade com que a secretária tem para atender as necessidades das instituições geridas pelo Município.
Santos conta hoje com 80 escolas, 5 mil funcionários, temos um contingente de 31 mil alunos matriculados na rede municipal (21 no ensino fundamental e mais 10 mil na educação infantil), mais 11 mil alunos na rede conveniada. São 57 escolas conveniadas, que são regularmente autorizadas. Acompanhe abaixo os detalhes da entrevista:
Diário do Litoral - A senhora pensa em alguma mudança no sistema de ensino do Município?
Jossélia Aparecida Fontoura - É possível uma mudança. Precisamos rever as questões sobre avaliação e a recuperação em tempo real desses alunos, hoje em dia a reprovação é um retrocesso e acaba sendo um processo muito doloroso, tanto para a criança, como para a família. Além disso, precisamos investir em novas tecnologias, que eu acho que será o carro-chefe do nosso sistema de ensino. Hoje nós temos um sistema de ensino que precisa ser atualizado, modernizado, trazer oportunidade de avanços tanto para as crianças, quanto para o professor. Mas a mudança vai ser construída junto com a rede, junto com os professores, junto com as equipes das escolas, coordenado pelo departamento pedagógico.
DL - A rede de ensino municipal conta com quantos professores? Esse número é suficiente?
Jossélia - Nós temos em torno de 3.200 professores. Não é o suficiente. Todo concurso está sendo extremamente aproveitado, as nomeações estão saindo, e também temos muitas aposentadorias. É um eterno repor. A gente tem que estar sempre atento e fazendo a reposição. A intenção, por enquanto, é deixar equilibrado e preencher as vagas existentes.
DL - Tem alguma região em Santos carente de mais escolas?
Jossélia - Os pais, muitas vezes, têm a intenção de obter a vaga preferencial, e não a vaga que é concedida. Nós temos diversos colégios do Estado que atendem o ensino fundamental 2, que seria do 6º ao 9º ano. O problema é que, em muitos bairros, as pessoas dão preferência para matrícula na escola da Prefeitura. A Zona Noroeste acontece essa situação, principalmente no Jardim Castelo, Rádio Clube, essa região toda da Areia Branca, existe uma preferência por colocar a criança no Município, não que o Estado não atenda.
DL - E em relação às creches, qual a região de Santos mais carente? A prefeitura tem o objetivo de aumentar o número de creches na Cidade?
Jossélia - Tem sim. O prefeito está totalmente voltado e buscando recursos para a construção de novas creches. Então nós temos hoje Jardim Piratininga, São Manoel, Bom Retiro, Rádio Clube, alguns morros da Cidade, lugares que mostram uma demanda muito grande e necessitam de creches.
DL - Qual o balanço da senhora dos seis primeiros meses de governo?
Jossélia - O principal desafio foi o preenchimento dos cargos, principalmente dos cargos de professores. Outro desafio foi em relação à manutenção dos colégios, estamos com um programa de manutenção que se chama Escola Nota 10, em que as escolas contam com peruas volantes de manutenção. Qualquer emergência, as peruas socorrem em tempo real as escolas. Temos muitas obras sendo licitadas, muitas reformas, ampliações de escolas. O prefeito pede e orienta para que a gente não invente uma obra nova, e sim a manutenção é a maior preocupação dele nesse momento.
DL - A senhora diria que, nesses seis primeiros meses de governo, as ações foram satisfatórias?
Jossélia - Foram satisfatórias, é a corrida contra o tempo. Nós temos que avançar, mas como todo o sistema da máquina pública, nós não conseguimos adquirir nada sem um processo licitatório, existem recomendações do Tribunal de Contas, orientações que a gente precisa seguir. Tudo, por mais vontade que eu tenha de acelerar algumas coisas, ainda esbarram na questão dos processos licitatórios.
Entregamos 100% dos uniformes escolares. O material escolar foi entregue no 1º dia de aula, no dia 14 de fevereiro. Já estamos agilizando o material escolar e uniformes para o ano que vem. Processo já foi aberto no mês de junho, para que a gente não tenha nenhum atraso.
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