POSICIONAMENTO
O governador reconheceu que a operação tem problemas e disse que o governo estadual acompanha a situação todos os dias
'O dia em que você deixar o Ministério Público governar por você, você está morto', disse / Divulgação/Governo de SP
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), rechaçou nesta terça-feira (28) posicionamentos do Ministério Público estadual que pedem o fim do contrato com a concessionária das linhas de trem 8-diamante e 9-esmeralda. Ao lado de executivos da ViaMobilidade, que opera as linhas, Tarcísio disse que estaria morto se deixasse "o Ministério Público governar".
As linhas 8 e 9 estão na mira de uma investigação que apura sequências de falhas nos trens, descarrilamentos e atrasos em entregas. No mês passado, o promotor Silvio Marques, titular da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público, já disse que deve pedir à Justiça o fim da concessão.
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"O dia em que você deixar o Ministério Público governar por você, você está morto", disse o governador nesta terça sobre o pedido.
"Não tem posicionamento a favor da ViaMobilidade, tem posicionamento a favor do usuário. A aposta que estou fazendo é naquilo que vai trazer a maior quantidade de investimento no menor tempo possível, que vai trazer a maior repercussão para o usuário em pouco tempo. Qual seria a solução, voltar para a CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanas], para a administração pública? É essa a solução que o Ministério Público está propondo?", questionou.
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Procurado pela reportagem, o promotor disse que não iria comentar as palavras do governador.
Tarcísio falou no evento de apresentação do primeiro trem comprado pela concessionária, de um total de 36, para as duas linhas. Ele reconheceu que a operação tem problemas e disse que o governo estadual acompanha a situação todos os dias, cobrando melhorias da empresa.
Entre dezembro e janeiro, as duas linhas tiveram uma série de falhas que paralisaram trechos por horas, gerando superlotação e atrasos. O Ministério Público diz que os problemas se explicam pela falta de manutenção preventiva nos trilhos.
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Uma testemunha ouvida pela promotoria, por exemplo, diz que uma falha poderia levar até a colisões entre vagões e acidentes com mortes. A falha mais grave relatada ocorre em um equipamento responsável por direcionar os trens ao trilho correto, mudando de posição conforme o acionamento de operadores do sistema ferroviário.
Como justificativa para dar um voto de confiança à ViaMobilidade, o governo destaca que a empresa se comprometeu com um investimento de quase R$ 600 milhões a mais do que está previsto em contrato. Tarcísio mostrou-se satisfeito com o plano de investimentos apresentado pela empresa, que o MP crítica.
Tanto o governador quanto executivos da concessionária dizem que o investimento necessário nas linhas foi subestimado quando a empresa assumiu a linha. Marcio Hannas, presidente da CCR Mobilidade, que controla a concessionária, diz que isso ocorreu porque a empresa não sabia qual era o estado de conservação de trens que foram cedidos pela CPTM.
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"A gente subestimou o tamanho do desafio que seria começar a operar essas linhas", disse Hannas. "O que a gente não conhecia era a condição dos trens, porque eles estavam em operação. Não tenho como parar um trem para falar 'deixar eu ver como está'".
O trem apresentado nesta terça deve entrar em operação apenas após testes, que suba devem durar meses. A empresa pede entregar um total de 25 composições até o final deste ano.
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