Cotidiano

Presidente venezuelano promete aumento salarial em meio a problemas econômicos

Nicolás Maduro havia prometido várias vezes no passado fazer anúncios a respeito da falta de bens básicos e do aprofundamento da recessão

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 22/01/2015 às 12:04

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu na noite de quarta-feira fortalecer a rede de programas sociais do país e rejeitou a desvalorização da moeda local, o bolívar venezuelano, durante um discurso longamente adiado ao país, cuja economia está se deteriorando.

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Maduro havia prometido várias vezes no passado fazer anúncios a respeito da falta de bens básicos e do aprofundamento da recessão. Muitos esperavam que ele anunciasse mudanças drásticas nos preços e nos controles de câmbio que, segundo economistas, contribuiriam para conter a inflação de 60% ao ano.

Em vez disso, porém, durante quase três horas de retórica otimista, Maduro repetiu as acusações de que a oposição está sabotando a economia e pediu aos venezuelanos que mantenham a fé nos programas do governo, que continuarão, apesar da forte queda nos preços do petróleo, praticamente o único produto de exportação do país.

O presidente anunciou uma série de novos gastos sociais, dentre eles a promessa de elevar salários e pensões em 15%, entregar mais 400 mil casas para a população de baixa renda e aumentar o valor das bolsas para estudantes.

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A única dica de que o presidente estuda uma mudança em direção a medidas de austeridade foram as propostas de elevar os preços da gasolina e de adotar ações de transparência no sistema de câmbio que tem diferentes taxas. Segundo economistas, esse sistema é responsável por boa parte dos problemas econômicos do país sul-americano.

Nicolás Maduro prometeu fortalecer a rede de programas sociais do país (Foto: Divulgação)

Maduro disse que o valor cobrado pela gasolina no país, o mais baixo do mundo, é uma distorção e disse que os venezuelanos deveriam "crucificá-lo" por dizer isso, mas não chegou a anunciar uma elevação nos preços. Na Venezuela, a gasolina custa o equivalente a 5 centavos de dólar por galão (3,78 litros).

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A moeda venezuelana tem, atualmente, três taxas de câmbio e o bolívar continuará a ser trocado de acordo com três taxas diferentes pelo novo sistema anunciado. A melhor taxa permanecerá a mesma e será usada para bens essenciais como alimentos e medicamentos, como ocorre atualmente.

As outras duas taxas serão unificadas e uma nova terceira taxa será introduzida para a troca da moeda local por meio de agentes privados. Maduro não forneceu detalhes.

Na manhã de quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional previu que a economia venezuelana sofrerá contração de 7% neste ano, enquanto o restante da região registrará crescimento moderado. Maduro disse em seu discurso que a economia do país teve retração de 2,8% em 2014 e reconheceu a piora na falta de bens básicos.

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Ele pediu aos venezuelanos que "se unam e trabalhem para superar nossas dificuldades econômicas", acrescentando que, embora os preços do petróleo não devam voltar aos altos valores do ano passado, "Deus proverá".

Partidários do presidente no Congresso gritavam "eles não voltarão" quando Maduro começou a falar, uma referência aos regimes anteriores que, afirmam, excluíram os pobres do discurso político e da divisão da riqueza petrolífera do país. Nos bairros ricos de Caracas, motoristas começaram a buzinar em protesto quando o discurso do presidente interrompeu a programação da televisão.

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