Cotidiano
Em sua carta de renúncia ao Congresso, Otto Pérez Molina disse que enfrenta as acusações com a consciência limpa e que esperava refutar as acusações feitas contra ele
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O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, se apresentou ao tribunal nesta quinta-feira para responder às acusações de seu suposto envolvimento em uma rede de corrupção, horas após anunciar a renúncia de seu cargo.
Em sua carta de renúncia ao Congresso, Pérez Molina disse que enfrenta as acusações com a consciência limpa e que esperava refutar as acusações feitas contra ele.
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O presidente, de 64 anos, enfrenta acusações de fraude, associação ilícita e corrupção relacionada a fraude aduaneira que deu descontos sobre as tarifas de importação às empresas em troca de propinas.
Escândalos de corrupção têm dominado os guatemaltecos desde abril, quando uma agência anticrime apoiada pela ONU anunciou que havia descoberto um esquema de fraude chamado "La Linea", nomeado desta forma por causa de um número de telefone que as empresas podiam ligar para obter um desconto sobre as taxas de importação, em troca de subornos.
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A agência, chamada Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, ou CICIG, foi criada em 2007 para ajudar a Guatemala a desmantelar as redes de crime organizado que haviam se infiltrado nas instituições do país. Ela tem poderes para iniciar investigações e trabalhar com os promotores da Guatemala para trazer acusações.
Nos meses subsequentes, a CICIG e os promotores revelaram outros esquemas de corrupção, incluindo fraude no Instituto da Segurança Social da Guatemala que levou à prisão de todo o conselho de administração, incluindo o chefe do Banco Central. Os detidos negam as acusações.
Depois que milhares de guatemaltecos foram às ruas, a vice-presidente Roxana Baldetti renunciou e mais tarde foi detida. No final de agosto, a CICIG disse que tinha provas do envolvimento do presidente e pediu à Suprema Corte do país para pedir ao Congresso que retirasse sua imunidade.
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Nas últimas semanas, mais de uma dúzia de ministros, vice-ministros e comissários na administração de Molina se demitiram. Alguns fugiram do país.
Os investigadores dizem que têm 89 mil conversas telefônicas gravadas, cerca de 6 mil e-mails e 175 mil documentos relacionados com o caso. Várias conversas telefônicas referem-se ao presidente e a vice Baldetti, de acordo com os promotores.
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