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As operações de acolhimento de dependentes químicos na Avenida Brasil estão suspensas, segundo informou hoje (18) a Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio (SMAS). Na semana passada, um menino de 10 anos morreu atropelado ao tentar atravessar a avenida, uma das mais movimentadas do Rio, fugindo de uma operação para acolher usuários de crack na região.De acordo com a nota da SMAS, as ações têm sido aprimoradas para garantir mais segurança às operações, assegurando o tratamento do dependente e não pôr em risco a sua vida.
O secretário de Assistência Social, Adílson Pires, informou que um plano municipal foi elaborado e levado ao Ministério da Saúde. Ele deverá ser anunciado nos próximos meses. Segundo o secretário, a medida vai complementar as ações da secretaria. O plano prevê serviços de atendimento 24 horas, incluindo ambulatorial no locais onde estão concentrados os dependentes químicos, além de centros de Atenção Psicossocial (CAPs) especializados no tratamento de dependentes químicos.
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A internação compulsória de crianças e adolescentes dependentes químicos é questionada por organizações de defesa dos direitos humanos, a exemplo da coordenadora da Rede Rio Criança, Marcia Gatto, que reúne 14 organizações não governamentais. Segundo ela, a medida é um retrocesso diante da Política Nacional de Saúde Mental, que tem como meta acabar com os leitos para pacientes com transtornos mentais.
“ O tratamento tem que ter ligação com o Caps [Centro de Atenção Psicosscocial], que trabalha com redução de dano, não podemos desprezar isso. As pessoas da saúde mental são especialistas e isso faz parte de toda uma luta antimanicomial”, disse
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Márcia lembra que jovens foram mantidos em condições degradantes em unidade de internação da rede municipal, que era gerida por um policial militar que responde à processo por 42 homicídios. Depois de denúncia da imprensa, o contrato foi suspenso. Além disso, denuncia que em boa parte das casas de internação, geridas por igrejas, jovens são submetidos a uma rotina diária de oração e tratamento, “por meio do trabalho”.
Desde o dia 31 de março de 2011, quando a SMAS deu início às operações conjuntas com órgãos de segurança para o enfrentamento à epidemia do crack, foram promovidas 146 ações nas principais “cracolândias” do município. Ao todo, foram 6.228 acolhimentos, sendo 5.423 adultos e 785 crianças e adolescentes. No começo deste ano, a ação resultou em 44 abordagens a adultos.
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