Cotidiano

Prefeitura de Santos cobra prejuízos de construtora após crateras no Gonzaga

Reportagem flagrou funcionários públicos realizando reparos no entorno da obra

Carlos Ratton e Gabriel Fernandes

Publicado em 29/04/2025 às 06:40

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Há informações que o solo do piso das calçadas no entorno do prédio em construção continuam instáveis / Carlos Ratton/DL

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Após ser questionada pela Reportagem, a Prefeitura de Santos garantiu ontem que irá cobrar da Construtora Patriani os valores gastos com a reposição da entrada da garagem e de parte da calçada que foram engolidos na terceira cratera aberta no entorno da obra da empresa, localizada na esquina das ruas Carlos Affonseca e Galeão Carvalhal, no bairro do Gonzaga.

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"A Prefeitura ratifica que o laudo que vai apurar as causas do solapamento da calçada ainda não foi realizado. Os gastos do serviço realizado pela Secretaria das Prefeituras Regionais (Sepref) na referida calçada serão calculados e cobrados dos responsáveis pelo sinistro", revelou em nota.

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Antes do embargo parcial da obra, a Reportagem flagrou funcionários públicos da Prefeitura Regional da Zona Intermediária e Ouvidoria de Santos reparando os pisos que cederam ao lado da construção. 

Há informações que o solo do piso das calçadas no entorno do prédio em construção continuam instáveis.

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Por serem ambas áreas de domínio particular, a responsabilidade de reparos deveria ser dos proprietários dos imóveis. 

No caso em especial, da construtora que causou o dano. Mas, as equipes da Prefeitura, no último dia 24, com auxílio de um caminhão e um trator pá carregadeira, realizaram o serviço.

"A Prefeitura de Santos informa que, em 23 de abril, a Sepref concluiu o reparo emergencial na calçada. Também intimou, na data do sinistro (19 de abril), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a providenciar os reparos emergenciais na rede coletora da empresa e a Secretaria de Obras e Edificações (Seobe) notificou a construtora Patriani a finalizar o reparo emergencial do calçamento.

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A Prefeitura revela ainda que demais trabalhos permanecem paralisados até o teste da segurança e estabilidade do local, mediante apresentação de laudo técnico (por um engenheiro responsável pela obra), que deverá constatar também a segurança de todo o entorno. 

O laudo deverá ser apresentado após o término dos serviços no subsolo do empreendimento.

Vale lembrar que o embargo ocorreu após três incidentes consecutivos envolvendo o surgimento de crateras nas proximidades do canteiro de obras, agravados por chuvas recentes. O local já havia registrado episódios em que o asfalto e a calçada cederam, afetando também imóveis vizinhos.

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Os trabalhos permitidos pós embargo só envolvem as estruturas fundamentais da base, como cortinas, amarrações e lajes. Todos os demais serviços seguem suspensos até que a empresa responsável apresente um laudo técnico atestando a estabilidade da construção.

O documento também deverá garantir a segurança das edificações e vias ao redor, condição essencial para que as atividades sejam retomadas de forma integral. 

A Secretaria de Obras e Edificações do município autorizou a continuidade apenas das intervenções relacionadas ao subsolo do edifício.

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O último deslizamento resultou na formação de uma cratera na lateral esquerda da Panificadora Universo, que fica ao lado da obra. Um funcionário da padaria chegou a cair no buraco, sem ter danos físicos graves.

Histórico

A primeira ocorrência de uma cratera no local, provocada por fortes chuvas, aconteceu em janeiro de 2024. Na ocasião, um veículo ficou com duas rodas pendentes na cratera e um cachorro chegou a cair no buraco, sendo salvo em seguida.

Na segunda vez, o incidente causou transtornos tanto para motoristas quanto para a população, já que resultou na interrupção do fornecimento de energia elétrica e na interdição de vias. O deslizamento ocorreu na esquina da Rua Carlos Affonseca com a Galeão Carvalhal.

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No edifício Ibicaba, localizado em frente à obra, dois elevadores ficaram parados por horas após a água invadir os poços, compartimentos abaixo da primeira parada do elevador que abrigam equipamentos essenciais ao seu funcionamento.

Patriani

A Patriani já havia se comprometido a auxiliar na recuperação e acabamento da calçada, mas não mencionou arcar com os custos. 

Também já se manifestou sobre o caso afirmando que a obra em si não teria relação com o incidente, pois o impacto ocorreu em um trecho do passeio público vizinho à construção.

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Além disso, a empresa alega que não houve qualquer dano à calçada pertencente ao empreendimento devido às chuvas da noite do último sábado (19).

A Patriani também reforça que a estrutura de contenção do empreendimento permanece intacta, assim como a calçada do prédio.

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