Cotidiano

Prefeitura cobra ações da MRS e ALL após choque de trens em Cubatão

A prefeita Marcia Rosa também solicitou a construção de um muro ainda mais resistente separando a via férrea da avenida Tancredo Neves

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 03/11/2014 às 17:23

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A recuperação da Avenida Tancredo Neves, a construção de muro de proteção reforçado junto à via férrea, o respeito ao limite de velocidade dos trens na zona urbana e o estreitamento da relação entre as companhias MRS Logística e ALL com a comunidade da Vila São José. Esses foram alguns dos tópicos discutidos durante reunião da prefeita Marcia Rosa com José Roberto Lourenço, responsável pelas relações institucionais da MRS; e o coordenador de fiscalização da Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Nelson Marino, no início da tarde desta segunda-feira (3). O encontro, no gabinete, também teve a participação de secretários municipais e representantes da comunidade, ainda assustados com o choque de duas composições na última sexta-feira (31/10), próximo da Praça da Cidadania.

A prefeita Marcia Rosa cobrou maior envolvimento da MRS e da ALL com as comunidades por onde passam os trilhos das concessionárias na zona urbana do Município. "A comunidade precisa ser informada sobre o que ocorreu. Quem vive na Vila São José ainda está em pânico. Uma comissão com representantes da MRS, ALL e do Governo Municipal tem de se reunir na vila para explicar as ações que estão sendo feitas e como eles devem proceder em caso de um acidente como esse".

José Roberto Lourenço pediu desculpas pela falta de comunicação com os moradores e garantiu que na tarde desta segunda-feira já visitaria o local para agendar um encontro. "Não importa quem chegou primeiro, se os trilhos ou a cidade. Temos de conviver de forma pacífica".

Marcia Rosa também solicitou a construção de um muro ainda mais resistente separando a via férrea da avenida. Também pediu, durante o planejamento de recuperação da via pelas empresas, que, em parceria com a CPFL, sejam removidos os postes fincados na calçada, deixando o passeio livre para pedestres e cadeirantes ao longo daquele trecho.

A prefeita exigiu ainda o cumprimento da velocidade média das composições no trecho urbano, fixada, em prévio acordo, na média de 25 a 30 km por hora. Ela afirmou que já presenciou composições circulando bem acima dessa média. Pediu ainda a não parada de composições sobre a única passagem de nível que possibilita o acesso à Vila dos Pescadores.

Durante o encontro foi divulgado o telefone 0800-9793636 para a comunidade denunciar irregularidades relativas ao trânsito de trens na zona urbana, incluindo apitos em horários impróprios. Segundo Nelson Marino, basta o interessado se identificar e informar o horário, local e, se possível, o prefixo da locomotiva.

Os trens colididaram na última sexta-feira, em Cubatão (Foto: Matheus Tagé/DL)

Apuração

José Roberto Lourenço informou que a empresa tem o prazo de 30 dias para investigar as causas do acidente, com a transcrição dos dados da caixa-preta da locomotiva. A limpeza do local deve ser concluída nos próximos dias. Só então será definido um cronograma para a recuperação da avenida.

Tancredo Neves liberada ao tráfego

A Avenida Tancredo Neves já está  totalmente liberada ao tráfego de veículos,  após ficar  o fim de semana interditada, devido ao acidente com os trens.

Na manhã desta segunda-feira (03), a Companhia Municipal de Trânsito-CMT liberou a pista no sentido Jardim Casqueiro-Centro. A pista em sentido contrário já havia sido liberada às 18 horas de domingo (02). Somente no trecho do acidente há a interdição de meia pista nos dois sentidos para limpeza do local.

Os trilhos do ramal ferroviário também foram desinterditados. Durante o fim de semana, guindastes retiraram os vagões e as locomotivas acidentados. As investigações das causas do acidente  estão sendo realizadas por técnicos  das empresas ferroviárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres  (ANTT).

A interdição total da Avenida Tancredo Neves ocorreu desde as 7h30 de sexta-feira, logo após o acidente, tendo a Companhia Municipal de Trânsito-CMT desviado o fluxo de veículos para os acessos da Via Anchieta.

Onde as composições se chocaram, ocorreram vazamentos de óleo diesel e detritos espalharam-se pela avenida. Houve danos na camada asfáltica, nas calçadas e no canteiro central da via pública.

Dois veículos particulares que trafegavam pelo local foram atingidos por vagões, fios e entulhos: um Polo, placas DSB-0100, dirigido por Cristiano Leandro Felipe Roque, e um Fox, placas FOX-2978, guiado por Fernanda Coelho Alves. Ninguém ficou ferido.

Um dos maquinistas da composição foi encaminhado ao PS Central por estar em estado de choque, sendo liberado após atendimento médico e psicológico.

Cerca de 8 mil litros de óleo chegaram às  galerias de águas pluviais e, por isso, houve necessidade de mobilização de caminhões com equipamentos de sucção para a retirada do combustivel,antes que este atingisse manguezais  e o estuário. Tais serviços foram acompanhados por equipes da Cetesb.

Segundo a Comissão Municipal de Defesa Civil-Comdec, os problemas ao meio-ambiente foram amenizados porque, quando da ocorrência do acidente, a maré estava baixa. O produto que vazou das composições não atingiu o canal da Avenida Nossa Senhora da Lapa, o principal da região, nem a linha de drenagem que margeia a Rodovia Anchieta. O óleo recolhido foi levado para a sede da empresa ALL em São Vicente,  (Rodovia Pedro Taques, km 286) e estocado em tanques especiais.

Duas locomotivas e quatro vagões envolveram-se  diretamente no acidente. As compoisições estavam carregadas com 80 toneladas de milho e açúcar.

Além de mobilizar equipes, materiais e veículos para atendimento no local, a Prefeitura colocou-se à disposição no que for possível para o esclarecimento das causas do acidente.

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