Cotidiano

Prefeitura abre sindicância para investigar suspeita de mortes por bactéria

Denúncia é do médico e vereador Evaldo Stanislau (PT). Bactéria é uma enzima que impede que os remédios façam efeito contra elas

Carlos Ratton

Publicado em 15/08/2015 às 10:31

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A Prefeitura de Santos montou uma comissão de sindicância para apurar denúncia do médico e vereador Evaldo Stanislau (PT), publicadas ontem no Diário, dando conta que duas pessoas que faleceram recentemente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro Central de Santos (PS Central) teriam sido infectadas por bactéria produtora de Carbapenase (KPCs). O parlamentar quer que a unidade seja interditada, mas a Prefeitura descarta a medida.

A Administração revela que a sindicância é um procedimento padrão prevista no Estatuto do Servidor Público. Em virtude do sigilo médico, não serão fornecidas informações sobre os pacientes.

Conforme revelado, a bactéria é uma enzima que impede que os remédios façam efeito contra elas. Em algumas pessoas, pode provocar males como infecção urinária, pulmonar e generalizada levando à morte.

O episódio levou a delegada Daniela Perez Lázaro, do 2º Distrito Policial de Santos, após registrar boletim de ocorrência, a abrir inquérito para apurar responsabilidades sobre a possibilidade de crime de homicídio causado por negligência.

Pacientes teriam morrido após infecção por bactéria (Foto: Matheus Tagé/DL)

Stanislau encaminhou a denúncia à Secretaria de Saúde de Santos, do Estado e ao Ministério da Saúde. O vereador, que tem doutorado em infectologia, disse ao Diário que nunca tinha visto “tamanha negligência e irresponsabilidade” por parte de um agente público.

Ele descobriu a situação pessoalmente, após ser alertado por equipes que trabalham na UTI do PS Central. No local, constatou falta de regras de operações para lidar com a situação e de mecanismos de proteção para evitar infecções cruzadas. Ele revelou que remédios prescritos por médicos não foram comprados.

Além disso, Stanislau denunciou a não existência de manual de rotinas para precauções e controle de infecções; de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) operacional, o que é obrigatório por intermédio da Portaria Ministerial 2.616/98; falta de insumos básicos; equipes completas de enfermagem; equipamentos (estetoscópios, termômetros e outros); documentos de rotina e procedimentos padronizados para higienização de circuitos respiratórios. “As secreções aspiradas são desprezadas no banheiro de uso comum de pacientes. Um ambiente propício para infecções cruzadas. Os dois pacientes que faleceram estavam lado a lado durante as internações”, denunciou o médico, entre outros problemas. 

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