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Os adeptos das religiões afrodescendentes estão em festa. Em ofício encaminhado à Câmara de Vereadores, o prefeito de São Vicente, Luís Cláudio Bili (PP), garantiu a instalação da imagem de Iemanjá. Bili afirmou que só está aguardando a manifestação do secretário de Cultura, Amauri Alves, para definir qual o local mais adequado, que deverá ser na orla vicentina.
A imagem vinha causando polêmica na Cidade. Até hoje, a estátua está guardada na residência do espírita e jornalista Edgar Falcão, que se tornou uma espécie de guardião da obra, que mede 2,30 metros de altura por 1,5 de largura, pesa 123,2 quilos. Ela é um patrimônio do Município, que possui cerca de 45 mil praticantes da religião, espalhados por quase 400 terreiros.
Uma comissão de praticantes que luta por um espaço para abrigar a imagem na orla da praia pressionou os vereadores que, por intermédio de um requerimento do vereador Rafael Barreto (PPS), solicitou uma posição do prefeito.
Durante o encontro com os vereadores, o diretor da Associação Filhos de Aruanda, Hermogenes Jara, ressaltou que, além da religiosidade que é o mais importante, existe a questão turística. “No Reveillon, milhares de pessoas vão à praia para homenageá-la e agradecê-la”, afirmou na ocasião.
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A polêmica da imagem
Vale lembrar que em 2012 o então vereador Hilton Macedo (PSB) apresentou o projeto de lei que autorizava o Executivo a receber em doação a escultura, para ser instalada na Praia do Itararé. No entanto, uma carta aberta distribuída nas igrejas evangélicas da região convocou os fiéis a participar do Abraço da Fé, ato em repúdio ao projeto do vereador, que acabou ocorrendo, em frente ao Teleférico de São Vicente. À frente da manifestação estava o então secretário municipal de Comércio, Indústria e Negócios Portuários, Fernando Bispo, hoje vereador.
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Vale lembrar ainda que em 2001, na gestão do então prefeito Márcio França (hoje vice-governador de São Paulo), outra polêmica ocorreu em São Vicente, na época por conta da imagem de Nossa Senhora da Aparecida. O protagonista foi o então secretário de Cidadania e Ação Social, Luís Cláudio Bili (atual prefeito) que, por ser evangélico, retirou a imagem da santa do refeitório das crianças de um centro de convivência e formação de crianças e ficava na Rua Saturnino de Brito, na Praia de Paranapuã.
Naquele ano, uma verdadeira guerra santa se iniciou em São Vicente. De um lado, Bili, alguns vereadores e todas as igrejas evangélicas. Do outro, os demais secretários, principalmente os católicos e simpatizantes da igreja católica. Depois de uma semana de embate, o então Padre Paulo Horneaux de Moura (falecido), junto com um grupo de mulheres, organizou uma passeata rumo a Câmara de Vereadores, com a santa em mãos. A ideia era forçar um posicionamento dos vereadores, que ficaram sem saber o que fazer. O prefeito Márcio França voltou e reconduziu a santa ao altar.