'A relação com a Petrobras é ótima', afirma o novo prefeito de Cubatão, César Nascimento / Divulgação
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O prefeito César Nascimento minimizou a decisão da Petrobras de descartar a Refinaria Presidente Bernardes Cubatão (RPBC) como sede do futuro hub de hidrogênio (H2) que a empresa vai construir no Estado de São Paulo. Nascimento afirmou que a "relação da Petrobras com a Administração Municipal é ótima" e ressaltou que a empresa "investirá R$ 5 bilhões" nos próximos anos em Cubatão.
Segundo o prefeito, a futura planta para produção de bioquerosene de aviação (BioQAV) e de diesel 100% renovável (Diesel R) vai gerar "milhares de empregos" na Cidade.
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A nova unidade na RPBC será a primeira planta industrial do País dedicada exclusivamente à conversão de óleos vegetais em combustível. Esse será o maior aporte de recursos na Refinaria de Cubatão em quatro décadas.
"Nossa relação com a Petrobras é ótima. Recentemente, ela anunciou a construção de uma unidade de querosene verde na RPBC. Serão mais de R$ 5 bilhões de investimentos e milhares de empregos gerados. Desde o ano passado, quando eu ainda era secretário de Governo, trabalhamos juntos no planejamento desta grande obra", resumiu Nascimento.
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Em seguida, o prefeito minimizou o fato de a Petrobras ter excluído a RPBC do Estudo de Viabilidade que antecede a construção do futuro hub de H2. O empreendimento receberá aporte de aproximadamente US$ 1 bilhão, conforme anteciparam o Diário do Litoral e a Gazeta de S. Paulo no domingo (19).
"Acredito que a Petrobras sabe o que está fazendo. É necessário diversificar a produção de fontes de energia limpa em todo o Estado e Cubatão está na vanguarda. Além da futura planta de querosene verde, somos a primeira cidade a produzir a amônia verde, feita com o subproduto da cana (biomassa) pela Yara", ponderou o prefeito.
"Por isso, acredito que a decisão de investir em hidrogênio em outras plantas da petrolífera seja uma questão estritamente técnica, já que a RPBC está recebendo uma obra gigantesca e que produzirá combustível verde", completou Nascimento.
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Os recursos para construção do futuro hub de H2 virão do fundo internacional Climate Investments Funds - Industry Decarbonization (CIF-ID). Essa linha de crédito tem o aval de seis instituições internacionais de fomento, incluindo o Banco Mundial.
O Climate Investments Funds foi criado em 2008 e já investiu mais de US$ 62 bilhões em parceria com empresas e governos de países pobres e em desenvolvimento. Além do Banco Mundial, essa linha de crédito tem o aval do Banco Interamericano de Desenvolvimento e dos bancos de Desenvolvimento da Europa, da Ásia e da África.
O H2 é considerado uma das mais promissoras fontes de energia na substituição dos derivados de petróleo e a expectativa é que o futuro hub de H2 esteja em operação até 2035.
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O Estudo de Viabilidade foi entregue ao Ministério de Minas e Energia em dezembro. E a perspectiva é que o futuro hub seja construído em uma das outras três refinarias da Petrobras no Estado, localizadas no Vale do Paraíba, na Região de Campinas e no ABC.
Como anteciparam o Diário do Litoral e a Gazeta de S. Paulo em setembro de 2023, as obras da nova planta de bioquerosene de aviação e de Diesel 100% Renovável estão incluídas no Plano Estratégico da Petrobras para os próximos cinco anos.
O investimento será de aproximadamente US$ 600 milhões, o que representa algo em torno de R$ 3,6 bilhões. A obra deve durar 36 meses.
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A nova planta deve processar perto de 800 mil toneladas de óleos vegetais por ano e representa um marco na transformação da Petrobras em uma empresa mais diversificada no segmento de energia.
A capacidade de produção será de seis mil barris por dia de bioquerosene de aviação e outros seis mil barris por dia de Diesel R.
A nova unidade vai combater a emergência climática e o Programa BioRefino é um dos destaques do Plano Estratégico da Petrobras. O Plano projeta uma demanda crescente por combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) já que, a partir de 2027, o setor estará sujeito a regras mais restritivas nos voos internacionais.
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Como desdobramento do Acordo de Paris, a Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) determinou a introdução gradual de combustíveis sustentáveis pelas companhias aéreas. A ICAO reúne 191 países-membros e o Acordo de Paris foi assinado em 2015 durante a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP21.
O objetivo é conter as mudanças climáticas causadas principalmente pelo acúmulo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. O CO2 é gerado a partir da queima de florestas e do uso de combustíveis fósseis, como gasolina, diesel, querosene de aviação e carvão.
E a nova geração de combustíveis sustentáveis, como o diesel renovável e o bioquerosene a serem produzidos na RPBC, têm potencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 90% em relação aos combustíveis derivados de petróleo.
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Atualmente, a capacidade da Presidente Bernardes é de 178 mil barris/dia. A RPBC produz gasolina aditivada, óleo diesel, gás de cozinha, querosene de aviação, combustível para navios, nafta e enxofre.