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São Vicente completa hoje 483 anos. A primeira Vila do Brasil, fundada pelo português Martim Afonso de Sousa, em 22 de janeiro de 1532, tem à frente da Administração Municipal há dois anos, o prefeito Luis Cláudio Bili (PP). No aniversário da Cidade, o chefe do Executivo vicentino faz uma avaliação de sua gestão, destacando as realizações no setor da Saúde, e assume ter noção dos desafios que ainda tem pela frente.
Diário do Litoral – Qual a avaliação que o senhor faz desses dois primeiros anos de mandato?
Luis Cláudio Bili - A avaliação é que a casa ainda não está em ordem, mas é positiva. A Cidade teve avanços importantes, apesar de faltar muita coisa. Conseguimos ter um diagnóstico, não digo de toda realidade do Município, mas temos a noção dos desafios. Entregamos, nesses dois anos, cerca de 10 equipamentos na área da Saúde. Em janeiro entregaremos mais sete. São Unidades Básicas de Saúde (UBSs), unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e a primeira UPA da Cidade na Cidade Náutica. Reformamos todo o primeiro andar e o terceiro andar do Hospital Municipal (antigo Crei), uma área muito ruim que era chamada de repouso, e os ambulatórios médicos. Conseguimos alugar também a ala E do Hospital São José com 30 leitos. Reformamos ainda toda a ala B do hospital e estamos tentando uma parceria entre o São José e o Governo do Estado para a compra de equipamentos e o custeio desses 42 leitos, ainda não inaugurados, mas que estão com a estrutura física toda pronta.
DL – A Educação é uma área muito cobrada e que requer atenção. Quais as novidades no setor?
Bili - Encontramos todas as unidades escolares em uma situação muito ruim. Muitas delas foram reformadas e outras precisam ser reformadas. A partir deste ano, São Vicente é a única Cidade da Baixada Santista a pagar o abono assiduidade para os professores. Conseguimos dar um aumento real acima da inflação em 2014. Tivemos a correção da inflação em 2013. Conseguimos pagar para os profissionais da Saúde, por exemplo, o adicional de insalubridade. Há muitos anos eles reivindicavam isso. Ainda na área da Educação, as obras de sete creches, que estavam paralisadas, foram retomadas. Dessas, apenas três foram licitadas em nosso governo. Os valores estavam defasados e as tabelas são corrigidas anualmente. Temos a convicção que entregaremos, ainda este ano, as creches e a escola do Japuí, que também estava com as obras paralisadas.
DL – Quais dificuldades o senhor encontrou nesses dois anos?
Bili - Economizamos nesse período perto de três milhões de litros de gasolina. Desligamos 290 celulares. Gerou economia com toda certeza, mas não representa tanto, pois a Cidade já não vinha honrando com vários compromissos. Herdamos R$ 1 bilhão em dívidas. Isso me faz lembrar aquele dito popular que “brasileiro tem memória curta”. Eu, gestor, tenho obrigação que a máquina funcione e que a Cidade melhore a cada dia, mas é como você pegar uma granada com o pino puxado. Me entregaram uma granada na mão com o pino fechado. Administrar São Vicente não é fácil. É um desafio constante. O cobertor é menor do que pode cobrir.
DL – O que o vicentino pode esperar este ano?
Bili - Muita coisa boa no tocante à mobilidade urbana será resolvida. O VLT é uma realidade, apesar de a EMTU anunciar a operação comercial para outubro, o viário externo e a faixa de rolamento externo do VLT. É bom ressaltar que, por conta da obra, tivemos a Avenida Antônio Emmerich interditada por 10 meses e outros 21 cruzamentos interditados. Isso atrapalhou em 2013 e 2014, mas encaramos todas as interdições. A Ponte Pênsil será liberada, apesar do atraso do DER. São duas obras importantíssimas de mobilidade que serão consolidadas em 2015 e vão melhorar a mobilidade interna do vicentino. As obras dos canais do Catipoã serão retomadas, e esperamos concluir o revestimento deles ainda este ano. As avenidas Alcides de Araújo e Lourival Moreira do Amaral também serão pavimentadas. Será um ano dedicado a mobilidade, mas sem esquecer as necessidades nas áreas da Educação e Saúde. Até o final do ano que vem pretendemos pavimentar perto de 80% da Área Continental. Estamos com deficiência na manutenção urbana e, em breve, serão instaladas 12 unidades de apoio à limpeza urbana.
DL – Qual a mensagem que o senhor deixa ao munícipe vicentino?
Bili – De otimismo. É obrigação de todo o administrador público melhorar a vida sócio-econômica da Cidade. Isso não é virtude minha, mas é uma obrigação nossa. Tem muita coisa boa para acontecer. A obra do VLT, os viadutos da Imigrantes, o primeiro já foi entregue e a obra completa termina no primeiro semestre de 2016. Muita coisa positiva está acontecendo em São Vicente, e o vicentino precisa valorizar e ajudar a preservar a Cidade.
Reforma das unidades de saúde é o destaque do aniversário
Nos últimos dois anos, o destaque, em São Vicente, foi para a reforma das unidades de saúde. Com verbas do Ministério da Saúde, o Município conseguiu dar uma cara nova às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Saquaré, Caic (Humaitá), Parque São Vicente, Japuí, Pompeba, Tancredo Neves e Samaritá. A antiga Casa de Parto, no Jardim Irmã Dolores, foi restaurada e atende como Unidade de Saúde da Mulher.
A Cidade também deve ganhar, até o final de fevereiro, sua primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que será instalada no prédio do pronto-socorro da Cidade Náutica. O local está sendo adaptado ao novo modelo de atendimento UPA 24h, de acordo com as normas e diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
Outras duas UPAs 24 horas devem ser instaladas na Cidade até o final do ano que vem. As unidades ficarão no Parque das Bandeiras e no Humaitá, bairros da Área Continental.
Além das unidades de saúde, também foram reformadas a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a sala de raio-x e o primeiro andar do Hospital Municipal, antigo Crei.
Amanhã, serão entregues a unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e a Academia de Saúde, no Humaitá. A inauguração integra as comemorações de aniversário da Cidade.
Nas areias, a História em forma de musical
Quando atracou sua nau na Ilha de São Vicente, em 1532, Martim Afonso não imaginava que a história da fundação daquela que viria a ser a primeira Vila do Brasil seria contada anualmente nas areias da praia.
O espetáculo teatral, em cartaz na orla do Gonzaguinha desde 1982, traz este ano a magia do musical aliada aos fatos históricos e à tecnologia e à arte empregada em bonecos gigantes.
A montagem, que será realizada até domingo (25), a partir das 20h30, na arena montada no Gonzaguinha, reúne mais mil artistas da comunidade e astros consagrados da TV, da música, do cinema e do teatro. Martim Afonso será interpretado pelo ator Ricardo Tozzi.
O ingresso para a Encenação da Fundação da Vila de São Vicente é um pacote de 400 gramas de leite em pó que podem ser trocados em postos (supermercados) espalhados pela Cidade.
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