Segundo levantamento apresentado ontem, os 319 prédios arrecadam R$ 56,4 milhões/ano em IPTU / Nair Bueno/DL
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Um situação preocupante em Santos. A inclinação dos 319 prédios é de 1,0 a 1,5 centímetro por ano, em média, e não vai parar. O custo de reaprumo gira em torno de R$ 20 milhões – dependendo da estrutura de cada edifício – e o trabalho de engenharia leva em torno de um ano. Não tem como calcular o tempo para um prédio colapsar, ou seja, chegar ao ponto de perigo de ter que ser desocupado.
As informações acima foram passadas ontem, pelo engenheiro civil Evandro Rossi Dasambiagio, para cerca de 60 pessoas, entre síndicos e moradores, que estiveram em uma reunião para formalizar a associação que buscará recursos e soluções para o problema que envolve quase 23 mil unidades habitacionais, que fazem parte das mais de três centenas de edifícios inclinados na Cidade, sendo 65 que exigem mais atenção, com inclinação lateral de 50 centímetros ou mais.
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“Ao longo do tempo, quando a inclinação for aumentando, pois os prédios não vão parar de inclinar, a margem de segurança vai sendo consumida até a necessidade de intervenções civis urgentes, como interdição e evacuação do prédio”, afirma o engenheiro, responsável por laudos de dez prédios santistas, responsável por laudos de dez prédios santistas.
Evandro Dasambiagio explica que a solução seria uma nova e profunda fundação; corte de pilares, reaprumo com macacos hidráulicos e reforçar os pilares. Isso obrigaria os moradores a saírem dos prédios em obras durante o dia e voltarem à noite somente para dormir, depois da garantia diária de segurança”, explica o engenheiro.
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O profissional disse, porém, que as inclinações não permitirão o efeito dominó – um prédio derrubando o outro. “Qualquer que seja a situação do prédio, se chegar a situação de colapso e desabar, sempre será no sentido vertical, para baixo e nunca para os lados”, garante.
Como já publicado pelo Diário, o objetivo da associação formalizada ontem, com estatuto e tendo como presidente Eliana de Melo, é viabilizar linhas de crédito a juros subsidiados para estabilizar e reaprumar os prédios inclinados existentes hoje na Cidade.
A primeira alternativa é criar canais de interlocução com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao Governo Federal. Mas, os síndicos não descartam a hipótese de, eventualmente, buscar apoio no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ou até no Banco Mundial.
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Ontem também foi reforçada a criação de um eventual fundo garantidor do crédito a partir da criação de mecanismos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Num primeiro momento, a prioridade são os 65 prédios em situação mais graves.
Segundo levantamento apresentado ontem, os 319 prédios arrecadam R$ 56,4 milhões/ano em IPTU. Santos possui um orçamento na ordem de R$ 4,5 bilhões/ano. O valor anual do imposto daria, por exemplo, para reaprumar cerca de três prédios.
Na semana passada, o Diário do Litoral teve acesso exclusivo à lista oficial dos 65 edifícios mais inclinados de Santos. A pesquisa, conduzida pela Prefeitura, revela que o problema de instabilidade estrutural atinge diversos tipos de construções, sem discriminação - desde prédios de luxo até torres que abrigam quitinetes e pequenos apartamentos.
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O levantamento também destaca os bairros mais afetados pela inclinação dos edifícios. O Embaré aparece no topo, com 18 prédios tortos, seguido pelo Boqueirão, com 16, e Aparecida, que registra 14 construções com problemas de estrutura.
A lista inclui até um edifício de alto padrão na Washington Luiz, no Gonzaga, onde Pelé adquiriu seu primeiro imóvel em Santos. Também estão na relação importantes marcos da arquitetura local, como os edifícios Ilhas do Sul e Jardim do Atlântico, na Praia da Aparecida, e o Enseada, no curvão da Ponta da Praia. Ontem, foi revelado que os edifícios Anhembi e Iris são os mais inclinados.
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