Segundo casal que já saiu, 17 famílias estão sob risco; Prefeitura acompanha caso / Reprodução/Google Maps
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O edifício Las Vegas, localizado à Rua Mário de Andrade, 128, em Praia Grande, de mais de 18 andares (que equivalem a 22) e 58 apartamentos, está com graves problemas estruturais e pode desabar a qualquer momento com 17 famílias dentro. A denúncia é do casal de Jundiaí Antônio Ricardo e Vanessa Ignácio de Souza, que alugou o apartamento 152 e está saindo do prédio hoje. A construtora nega riscos.
A base da edificação está totalmente escorada por estruturas de ferro, com problemas nas ferragens e repleta de trincas em várias vigas de sustentação. Um perito judiciário já esteve fazendo duas visitas e recomendou a retirada das famílias do prédio. A Defesa Civil não interditou porque a situação estaria sendo acompanhada por um engenheiro contratado pela construtora responsável. O prédio só tem cinco anos.
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"Temos um parecer da perícia alertando que as famílias estão proibidas de receber visitas, principalmente nos finais de semana, por conta do excesso de peso. Também que o edifício não pode sofrer corrente de vento muito forte, acima de 100 km/hora. Desde que alugamos não conseguimos dormir tranquilos e resolvemos sair. Rompemos o contrato e pedimos o aluguel de volta", afirma Ricardo Souza.
Vanessa garante que a situação é muito perigosa, mais dois inquilinos romperam contrato e também saíram. "Tem famílias que não saem porque são proprietárias e não teriam pra onde ir. Enquanto estive lá, tive que ir para o hospital em função do pânico. O prédio é grande, bonito e novo. Mas pode ocorrer uma tragédia", completa.
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A situação é divulgada pela própria administração do edifício. Em comunicado afixado no hall do prédio, há um alerta que os problemas atingiram as sapatas e que as famílias sejam realojadas até que seja restabelecida a segurança da edificação sob risco de ruína.
Um áudio encaminhado ao casal por outra moradora que também saiu do prédio demonstra a situação psicológica das famílias. "À noite ventou muito. Estou orando para as pessoas que ainda estão no prédio. A cada uivo de vento é um desespero", afirma. A preocupação ainda é maior em função da proximidade de final de ano, quando a ocupação do prédio é muito maior.
Perito
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A Reportagem teve acesso ao primeiro relatório do perito judicial, de 22 de setembro último. Nele, o profissional informa ao juiz que as providências estruturais estão sendo feitas, porém, é necessária a limitação de ocupação somente dos moradores. Ou seja, proibida a ocupação de veraneio.
Prefeitura
A Secretaria de Urbanismo (Seurb) de Praia Grande informa que acompanha esta ocorrência e que foram tomadas todas as ações administrativas pertinentes. A fiscalização do Contru (Subsecretaria de Controle Urbano da Seurb), mediante análise técnica e apresentação de Laudos periciais, concluiu que neste caso específico não há necessidade de evacuação. No momento está em andamento um processo na esfera judicial envolvendo as partes, construtor e condomínio.
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A responsável pelo edifício Las Vegas é a Litoral Construtora. Numa breve pesquisa online, a Reportagem descobriu avaliações negativas relacionadas a imóveis entregues pela empresa. Há oito meses, um cliente escreveu no portal da empresa.
"Adquirimos uma unidade habitacional recentemente entregue pela construtora e não demorou muito para começar a aparecer rachaduras em todas as paredes. Já solicitamos várias vezes uma providência visto que o imóvel está na garantia e se quer deram algum retorno a nossos pedidos. Já percebi que o jeito vai ser abrir um processo na Justiça pra fazer valer meu direito. Aliás são ótimos em cobrar e péssimos no atendimento ao cliente".
Construtora
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Em contato com a Litoral Construtora, a empresa assegurou que não existe risco de ruína. Por intermédio de seu advogado, afirma que, inicialmente, é necessário informar que os eventuais erros de cálculo estão sendo discutidos judicialmente.
Segundo explica a empresa, foi designada perícia técnica que está produzindo seu laudo pericial. A construtora juntou ao processo o parecer do engenheiro calculista da edificação e também de um profissional contratado especialmente para esse fim (revisão do cálculo estrutural) e ambos afirmam categoricamente que o edifício não corre risco de ruína.
A construtora garante que já contratou uma empresa para colocar as escoras da edificação e outra especializada para desenvolvimento de análise do projeto estrutural e projeto de reforço para as peças estruturais.
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"Esse trabalho está em fase final e já foram enviados os projetos iniciais dos reforços considerados necessários. As análises técnicas, laudos de segurança, projetos de reforços estão à disposição para consulta se necessário", explica o advogado Leandro Neumayr Gomes.
Finalizando, o advogado Leandro Gomes garante que, após as verificações e laudos técnicos da empresa especializada acima mencionada, verificou-se que não existe esse risco do prédio ser condenado.
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