Continua depois da publicidade
Nos últimos cinco meses, o preço do leite teve uma alta de aproximadamente 20%. Em um ano, o aumento foi de 40%. Com a chegada do inverno e a redução da pastagem, decorrente da seca, o consumo da ração usada na alimentação dos animais também subiu cerca de 40% no mês passado, o que contribuiu para o aumento.
Além de tudo, ocorreu ainda uma diminuição do produto nas prateleiras dos mercados, mas o consumo permaneceu o mesmo, resultando na alta dos preços, que deve continuar até setembro quando, então, deverá normalizar.
De acordo o professor universitário e consultor financeiro Marcelo Rocha, essa supervalorização do leite influencia na inflação, especialmente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Devemos atentar também que o leite é utilizado na produção de vários produtos, sendo assim, certamente outros itens da cesta básica poderão aumentar também” explica Rocha.
“Infelizmente, o aumento já chegou às gôndolas dos supermercados. Para que este (o preço) não chegasse ao consumidor, uma das alternativas seria o aumento no investimento público para esta área, visando ampliação da produção”, conclui ele. Segundo Luiz Carlos Bezerra Maris, gerente operacional do Supermercados Bolshoi, em Santos, não ocorreu queda na venda do leite, mas houve uma diminuição do produto nas prateleiras. “Todo ano nessa época o leite aumenta, mas a procura é a mesma”, explica Maris.
Segundo Anaildo Alves, metalúrgico, o consumo do leite em sua casa é pequeno, mas sentiu a diferença do custo no bolso. “Está bem caro, mas não é só o leite, o queijo e o iogurte também sofreram alta de preço”. “O leite está muito caro. Precisei reduzir a quantidade de leite que costumava tomar.
Tenho 88 anos e com a minha idade eu preciso beber leite”, contou a aposentada Lourdes Godinho da Silveira. O leite e seus derivados estão entre os maiores vilões da inflação, seguidos pelo feijão e pela carne, que sofreram alta de 25% e 20%, respectivamente.
Continua depois da publicidade