As vendas de bicicleta tiveram forte alta depois da pandemia; ciclista trafega na ciclovia da Cidade Universitária / Marcos Santos/USP Imagens
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A venda de bicicletas no Brasil caiu 35% em 2022, na comparação com o ano anterior, segundo dados da Aliança Bike, entidade que reúne empresas do setor. No ano passado, foram comercializadas 3,77 milhões de unidades, ante 5,8 milhões em 2021.
O cenário, no entanto, pode ser interessante para o ciclista que deseja comprar ou trocar seu veículo. A expectativa no setor é que os preços caiam em 2023.
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As vendas de bicicleta tiveram forte alta depois da pandemia. O setor passou de uma média de 4 milhões de unidades por ano para 6 milhões. Em 2020, chegou a faltar produto no mercado, por dificuldades na importação de peças, consequência das restrições internacionais para conter o coronavírus.
"Os anos de 2020 e 2021 tiveram um crescimento muito atípico. Era de se esperar que em algum momento houvesse uma queda, mas voltamos ao patamar de antes da pandemia", avalia Daniel Guth, diretor-executivo da Aliança Bike.
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Ele aponta que as condições da economia, como a inflação e os juros altos, reduziram o poder de compra das famílias e, consequentemente, a venda de bicicletas. A maior queda foi registrada justamente nos modelos de entrada, que custam de R$ 800 a R$ 2.000.
Guth avalia que 2023 deverá ser um ano de crescimento e que o mercado pode se estabilizar em um patamar superior ao pré-pandemia, com comercialização anual em torno de 5 milhões de unidades.
"O uso da bicicleta para mobilidade urbana e as bicicletas elétricas estão em grande ascensão no mundo. No Brasil ainda são mercados muito reduzidos, mas devem crescer exponencialmente", avalia.
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Em 2022, o preço das bicicletas subiu 7,47%, segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). E o custo dos serviços de conserto delas aumentou 10,17% no ano. A inflação geral no país no período, segundo o IPCA, foi de 5,79%.
Para 2023, há a expectativa de queda no preço das bicicletas, por várias razões. As lojas estão com estoques cheios e problemas de logística que marcaram a pandemia, como a falta de peças, já foram praticamente superados. "Conquistamos algumas desonerações importantes em componentes usados para montar as bicicletas e que devem ter mais efeito nos preços a partir de 2023", diz Guth.
Na pandemia, muitos consumidores compraram uma bike para se exercitar e fazer deslocamentos sem a aglomeração do transporte público. Com a volta ao trabalho presencial, no entanto, parte deste público acabou deixando a bicicleta encostada e resolveu vendê-la. Isso também pressiona os preços para baixo.
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O setor de bicicletas é bastante suscetível a variações no dólar, porque cerca de 80% das peças usadas na fabricação são importadas. Isso faz com que quedas no valor do dólar frente ao real ajudem na redução do preço final, e altas da moeda americana dificultem a importação de produtos. Em 2022, houve queda de 53% na importação de bicicletas inteiras, em comparação a 2021, e de 44,6% na de quadros.
Em Manaus, a produção de bicicletas teve queda. Foram fabricadas 599 mil delas em 2022, ante 749 mil em 2021, de acordo com a Abraciclo (associação que reúne fabricantes de motos, bicicletas e similares).
"Além do desabastecimento de peças e componentes, tivemos que ajustar o planejamento das unidades fabris para nos adequar à nova demanda do mercado, que pediu por modelos de médio e alto valor agregado", disse Cyro Gazola, vice-presidente da Abraciclo, em comunicado.
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Já a produção de motos no polo de Manaus teve alta de 18,2% em 2022, e tem perspectiva de mais avanços em 2023.
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