Cotidiano

Praias do litoral norte de SP ficam mais limpas, menos São Sebastião, atingida por tragédia

Chuva histórica que matou 64 prejudicou também balneabilidade e impediu que Cetesb conseguisse fazer análise; tendência para verão é de água própria para banho

Folhapress

Publicado em 25/12/2023 às 12:04

Atualizado em 29/02/2024 às 11:46

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A balneabilidade das praias melhorou em três das quatro cidades do litoral norte de São Paulo em 2023, com exceção de São Sebastião / Rovena Rosa/Agência Brasil

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A balneabilidade das praias melhorou em três das quatro cidades do litoral norte de São Paulo em 2023, com exceção de São Sebastião. É o que aponta levantamento anual feito pela Folha em 1.350 praias monitoradas no litoral brasileiro.

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As fortes chuvas que atingiram São Sebastião no Carnaval deste ano, um evento climático considerado extremo, causaram 64 mortes e tantos danos materiais em bairros e vias de acesso que fizeram com que técnicos da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) ficassem duas semanas sem conseguir acessar pontos de monitoramento em praias da cidade. Para o verão, porém, o prognóstico é positivo, com expectativa até aqui de praias limpas.

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Dos 30 pontos analisados semanalmente pela Cetesb, 9 ficaram impróprios somente na semana da tragédia. Isso fez com que o total de praias boas — consideradas próprias em todas as medições— caísse das 12 verificadas no levantamento de 2022 para as atuais 6.

Naquela semana, e só nela, Toque-Toque Grande, Santiago, Maresias (dois pontos), Camburizinho, Baleia, Sahy e Juqueí (dois pontos) ficaram impróprias.

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Enquanto isso, as praias regulares subiram de 13 para 21, as ruins recuaram de 4 para 3 e nenhuma foi considerada péssima neste ano —no ano passado, havia uma nessa situação.

"Ficou bem ruim com as chuvas, muito detrito, muita lama, muita sujeira na praia. Foi uma catástrofe. A praia ficar imprópria foi o de menos, o que aconteceu com as pessoas foi triste demais", disse Cláudia Lamparelli, gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb.

PRAIAS LIMPAS

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Na praia Preta do Norte, a equipe do órgão estadual não conseguiu chegar ao local de medição por duas semanas. Eram galhos, árvores inteiras, terra e lama no acesso, conta a gerente. Em outras, já foi possível acessar na semana seguinte. A Defesa Civil da cidade foi homenageada na última semana num evento no Palácio dos Bandeirantes devido à atuação na operação pós-tragédia.

"Igual ao que aconteceu acredito que nunca mais vai se repetir. Quem vê as praias hoje, limpinhas, não imagina as dificuldades todas", disse o comerciante Carlos Souza, que oferece roteiros turísticos e viu seu faturamento praticamente zerar nas semanas seguintes.

Ao contrário de São Sebastião, em Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba houve melhora na qualidade das praias.

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Ilhabela passou de uma praia boa para três (Barreiros Norte, Saco da Capela e Engenho D’Água) e, na outra ponta, viu as ruins recuarem de cinco para três. Treze se mantiveram regulares.

Já em Ubatuba —cidade com mais pontos de monitoramento (35)—, as praias boas passaram de 16 para 22, enquanto as regulares recuaram de 14 para 8. Houve ainda 4 ruins e 1 péssima.

Caraguatatuba avançou para 6 praias próprias o ano todo, ante as 4 do período anterior, e manteve 7 em condição regular. Só uma praia foi avaliada como ruim (Prainha).

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"Quando analisamos a região como um todo, ela está melhor do que foi no ano passado. Os outros municípios compensaram o que aconteceu na costa sul de São Sebastião em relação à balneabilidade", disse a gerente da Cetesb.

O cenário melhorou, segundo Lamparelli, devido a um pacote formado por investimentos em saneamento e também a um regime de chuva favorável —exceto, claro, São Sebastião.

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