Pela primeira vez desde 2016, Santos não teve nenhuma praia péssima / Divulgação
Continua depois da publicidade
Segundo levantamento feito no último sábado (21), o Brasil registrou neste ano uma piora na qualidade das praias e atingiu o menor patamar de trechos próprios para banho durante o ano inteiro desde 2016.
Levando em conta as 861 praias que tiveram a sua balneabilidade medida em todos os anos de 2016 a 2019 e de 2021 a 2024, apenas 258 estiveram próprias durante todas as medições deste ano.
É o menor número da série histórica que contempla oito dos nove últimos anos, com exceção em 2020, quando não foram registrados dados sobre balneabilidade devido a pandemia.
Continua depois da publicidade
Quando os dados começaram a ser registrados, em 2016, 384 destas mesmas praias foram classificadas como boas, ou seja, tiveram apenas classificações próprias durante o ano.
Os dados apontam que, mesmo as praias que mantiveram constância na aferição da balneabilidade, houve uma progressiva queda na qualidade da água.
Continua depois da publicidade
Dentre as praias que tiveram queda na qualidade da água estão alguns destinos turísticos badalados como Morro de São Paulo, no baixo-sul da Bahia.
Em 2016, as 3ª e 4ª praias do balneário eram consideradas boas, mas neste ano elas foram respectivamente classificadas como ruim – imprópria em mais de 25% das medições – e péssima – imprópria em mais da metade dos testes realizados ao longo do ano.
Para o levantamento, foram consideradas normas federais. Um trecho é considerado próprio se não tiver registrado mais de 1.000 coliformes fecais para cada 100 ml de água na semana de análise e nas quatro anteriores.
Continua depois da publicidade
Em um período de 12 meses, foram apurados dados das praias de 14 estados. As praias do Amapá, Piauí e Pará ficaram de fora porque não medem a qualidade da água.
O método da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foi adotado para a classificação anual.
Nos dois extremos estão as boas, próprias em todas as medições, e as péssimas, impróprias em mais da metade das medições.
Nadar em áreas impróprias pode causar problemas de saúde, sobretudo doenças gastrointestinais ou de pele, como micoses.
Continua depois da publicidade
De todos os 1.361 pontos do litoral brasileiro que disponibilizaram dados sobre balneabilidade em 2024, só 416 foram considerados bons o ano todo (30,6%).
Outros 447 foram avaliados como ruins ou péssimos (32,8%) e 416 regulares (30,6%). Há ainda 82 pontos sem medição (6%).
O Sul concentra o maior percentual de praias boas (36,3%). Os destaques são os estados do Rio Grande do Sul, com 81,4% de praias próprias o ano inteiro, e Paraná, com 63,6%.
Continua depois da publicidade
Santa Catarina vai na contramão com apenas 21% das praias classificadas como boas neste ano. Um dos principais destinos turísticos do estado, Balneário Camboriú teve apenas 3 dos 15 pontos de medição considerados bons. Dentre os demais, 1 estava regular, 7 ruins e 4 péssimos.
Dentre os estados Nordeste, Maranhão e Bahia concentram a maioria das praias consideradas ruins ou péssimas. Em Salvador, as praias da Pituba, Corsário e Cantagalo passaram a figurar entre as péssimas, ouseja, impróprias em mais da metade das medições..
O Rio de Janeiro se destaca como o estado com o pior percentual de praias classificadas em 2024 como ruins ou péssimas: 43,4%.
Continua depois da publicidade
Em contrapartida, Santos, teve melhora na qualidade das suas praias neste ano. Pela primeira vez desde 2016, a cidade não teve nenhuma praia péssima.
Dos sete pontos analisados pela Cetesb (agência ambiental paulista), cinco foram classificados como ruins e dois, como regulares. Em 2023, foram quatro péssimos e três ruins e, no ano anterior, todos estavam péssimos.