O canal Acaraú-Mirim, que recebe as águas pluviais de bairros populosos desde a Curva do S / Divulgação/PMPG
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Em Praia Grande, a lentidão no fluxo das marés causada pelo assoreamento do Mar Pequeno impede a vazão das águas coletadas por uma rede com cerca de 200 quilômetros de canais. Essa rede de drenagem foi urbanizada durante os cinco mandatos anteriores do prefeito Alberto Mourão (MDB).
Esse é caso do canal Acaraú-Mirim, que recebe as águas pluviais de bairros populosos desde a Curva do S, cruzando a Nova Mirim, o Quietude, o Balneário Mirante e influenciando a drenagem até no Tupiry e nas Caieiras.
“Ali, tem trechos em que a água sobre até dois metros porque a velocidade de escoamento no Mar Pequeno é muito baixa”, resume o prefeito e futuro presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas da Baixada Santista (CBH-BS).
O fluxo do Acaraú-Mirim e de outros canais urbanizados pela Prefeitura acaba sendo destinado ao Rio Piaçabuçu. Daí, as águas pluviais atingem o Mar Pequeno, entre a Avenida Vereadora Angelina Pretti da Silva e o Portinho Ézio Dall´Acqua.
O Piaçabuçu foi fundamental na ocupação de Praia Grande pela sua localização geográfica. No início do século 19, a população da cidade se dedicava à criação de gado, ao plantio de cana, milho, tomate, pimenta, batata doce, arroz, feijão, mandioca e chuchu, além de chapéus de palha, aguardente e farinha.
Os sítios estavam estabelecidos ao longo do rio e a produção era escoada para Santos e São Vicente. Naqueles dias, havia muitos portos ao longo do seu curso, como o Porto do Piaçabuçu (no atual Bairro de Caieiras), o Porto do Campo (atual Portinho, no Intermares) e os Portos do Tumiarú e das Naus (ambos em São Vicente). Atualmente apenas o Portinho (Ézio Dall´Acqua) permanece em atividade.
Hoje, o rio é cenário para atividades ecoturísticas e de contemplação da natureza.