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A especulação sobre um possível aumento no preço da gasolina já preocupa consumidores. As últimas informações são de que o Governo Federal vê na manobra uma forma de diminuir o mau humor do mercado e atender às necessidades de recomposição do caixa da Petrobras.
De acordo com o economista Edson Nunes, o reajuste do combustível era esperado. “Eu acho que vai ser só mais um reajuste. Com essa inflação em alta, a economia estagnada, o aumento da gasolina vai ser só mais um. Não vai surpreender nenhum pouco”.
O reajuste, no entanto, deve ser menor do que o pedido pela presidente da estatal, Graça Foster. Para Nunes, seria necessário um maior aumento para que o preço fosse regulado. “Acho que isso vai ser uma surpresa. Para regular o preço teria que aumentar, um aumento bom. Mas não sei se teriam coragem para isso, para enfrentar a confusão que isso vai armar. Porque você aumenta gasolina, aumenta o frete e vai passando para todo lado”.
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O economista prevê uma sobrecarga em seu orçamento com a manobra do Governo. “É mais um encargo que você tem que assumir porque você trabalha com o carro, não pode deixar ele, é filho que também utiliza. Então, é mais um encargo, mais um aumento, uma sobrecarga no seu orçamento, que não é elástico. A receita não aumenta. Eu sou aposentado e a aposentadoria aumenta muito menos que o custo de vida e o salário mínimo”.
Quem também demonstrou preocupação com o aumento da gasolina é o taxista Francisco José Luzio. “Tá cara já. Não está fácil, não. Nós, que somos taxistas, vemos isso de perto. Temos que ficar na ponta da agulha para economizar. É muito pior porque se aumentar a gasolina, as outras coisas vêm atrás. Aumenta tudo”.
Além do aumento do custo para rodar com o carro, o taxista teme uma perda no lucro. “O aumento da tarifa atinge a gente pelo lado do lucro. O passageiro vai pagar a mesma coisa até ser alterada a tarifa do taxi”.
O reajuste dos combustíveis está na pauta da reunião do conselho de administração da Petrobras, na próxima sexta-feira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já disse que aumentos de preços ocorrerão neste ano, seguindo a tradição de conceder ao menos um reajuste a cada ano. Dentro do conselho de administração, no entanto, não há um consenso de que este seja o melhor momento.
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