CONCORRÊNCIA

Porto de São Sebastião volta a exportar café após 60 anos

Cais no Litoral Norte virou alternativa ao Porto de Santos, que registrou a menor participação no embarque do grão de sua história durante o ano-safra 2023/24

Nilson Regalado

Publicado em 11/09/2024 às 19:33

Atualizado em 11/09/2024 às 19:43

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Embarque histórico de café pelo Litoral Norte foi feito pela Seaforte, empresa do grupo paranaense FTSpar / Governo de SP/Divulgação

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Pela primeira vez em quase 60 anos, o Porto de São Sebastião, no Litoral Norte, protagonizou o embarque de uma caga de café. As oito mil sacas enviadas para a Alemanha reforçam a tendência de fuga de cargas do Porto de Santos. Maior exportador da commodity agrícola em todo o mundo, o cais santista registrou no ano-safra 2023/24 o menor índice de participação nos embarques de grão da história. Ainda assim, Santos embarcou 68,9% de todo o volume comercializado pelo Brasil, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Mas, esse percentual já foi de 85%. E, depois dos portos do estado do Rio de Janeiro, agora é São Sebastião quem passa a ‘roubar’ cargas de café de Santos.

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O embarque histórico de café pelo Litoral Norte foi feito pela Seaforte, empresa do grupo paranaense FTSpar. “Para nós, brasileiros, o café é um produto que dá muito orgulho. A FTS tem como marca a diversificação nas operações. E estar em São Sebastião é uma quebra de paradigma em um curto espaço de tempo. Então, para nós, é muito importante a retomada desse tipo de operação que há muito tempo não era realizada”, resumiu o CEO da FTSpar, Andre Maragliano.

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Diretor-presidente da Docas de São Sebastião, Ernesto Sampaio, destacou que “operar esta carga depois de tantos anos em nosso Porto reafirma o compromisso de trabalhar com os operadores portuários e propiciar condições para que novas cargas sejam captadas e consolidadas”. 

A busca de alternativas a Santos leva em consideração os constantes atrasos nas atracações e alterações de escala nos navios que embarcam o grão através de Santos. Esses entraves logísticos contabilizados pelo Boletim Detention Zero, elaborado pela ElloX Digital, em parceria com o Cecafé, têm provocado prejuízos e desconforto aos exportadores. 

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No ano safra 2023/24, houve o embarque de 32,6 milhões de sacas através do complexo portuário santista, o que correspondeu a 68,9% de todo o volume comercializado pelo País. Esse volume foi embarcado para 120 países, conforme dados do Cecafé.

Depois de Santos, aparece o Rio de Janeiro, que ampliou sua participação para 28,1%, refletindo a absorção de cargas que tradicionalmente vinham para Santos. Esse volume representou a soma dos embarques pelos portos do Rio e de Itaguaí-Sepetiba, que movimentaram 13,2 milhões de sacas na temporada 2023/24.

Açucar Também

Desde janeiro, a Seaforte também tem destinado a São Sebastião parte das cargas de açúcar que seguem para o exterior. O Porto do Litoral Norte recebeu no final de janeiro o primeiro navio para exportação de açúcar VHP a granel de sua história. Na ocasião, o navio Aurélia embarcou mais de 22 mil toneladas do produto.

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Localizada em São Sebastião, a Seaforte Operações Portuárias é especializada em serviços de importação e exportação de granéis sólidos, minerais e vegetais e carga geral, com especialidade na exportação de açúcar a granel e ensacado.

São Sebastião

São Sebastião é um porto público, administrado pela Companhia Docas, empresa vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Tem uma configuração de acesso que o coloca como a terceira melhor região portuária do mundo.

O Porto tem acesso facilitado por meio da rodovia dos Tamoios, que está interligada aos principais acessos do Estado. E, a partir de novembro, contará com um acesso viário mais eficiente com a inauguração dos Contornos da Tamoios, que vão retirar o tráfego pesado das vias urbanas das cidades do Litoral Norte. A proximidade com a malha ferroviária e o Aeroporto Internacional de São José dos Campos são outros dois diferenciais.

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Os principais produtos importados são barrilha, sulfato de sódio, malte, cevada, trigo, produtos siderúrgicos, máquinas e equipamentos, bobinas de fio de aço e cargas gerais. Já na exportação, as principais cargas operadas são açúcar a granel e ensacado, veículos, peças, máquinas e equipamentos, vitualhas, produtos siderúrgicos e cargas gerais.

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