AQUECIMENTO GLOBAL

Porto de Santos passa a contar com rebocadores movidos à energia elétrica; veja mais

Parceria entre Autoridade Portuária e Sindiporto integra metas de descarbonização do setor, que responde por 3% das emissões de CO2

Nilson Regalado

Publicado em 14/11/2024 às 06:30

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A iniciativa é fruto de uma parceria entre a APS e o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação de Apoio Portuário (Sindiporto), / APS

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A Autoridade Portuária de Santos (APS) inicia hoje (14) uma revolução que promete transformar definitivamente a matriz energética no maior porto do mundo abaixo da Linha do Equador. Às 14h30, será inaugurado o novo Sistema de Fornecimento de Energia Elétrica do Porto de Santos. A princípio, essa nova fonte abastecerá os 21 rebocadores que atuam na movimentação de navios que chegam ou partem do cais santista.

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A iniciativa integra as metas de descarbonização do Porto de Santos e está em sintonia com deliberações de organismos internacionais que regulam a navegação. O novo sistema de abastecimento dos rebocadores com energia elétrica fica na Curva do Armazém 23, na margem direita do Porto, ao lado do Terminal da Concais, onde atracam os navios de cruzeiro.

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E os 21 rebocadores que passam a utilizar as baterias elétricas como fonte alternativa ao óleo bunker pertencem às empresas Wilson, Sons; Sulnorte, Saam Towage, Svitzer e Camorim Serviços Marítimos.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a APS e o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação de Apoio Portuário (Sindiporto), em parceria com as empresas que atuam com rebocadores no Porto.

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Zerar emissões

Agência das Nações Unidas (ONU) que regulamenta o transporte marítimo, a Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) estabeleceu as metas de zerar as emissões de gases de efeitos estufa do setor até 2050.
Antes disso, as emissões terão que ser reduzidas em 70% até 2040, e em 40% até 2030, na comparação com os níveis de 2008.

O setor de transporte marítimo movimenta 80% do volume de cargas comercializado no mundo, segundo as Nações Unidas. No caso do Brasil, esse percentual é ainda maior, já que 95% do fluxo de comércio exterior brasileiro é feito pelo mar. 

Isso faz do País um dos mais vulneráveis aos impactos da decisão tomada em 2023 pela IMO de zerar as emissões de gases de efeitos estufa do setor.

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Nocivo ao ambiente

O bunker é um derivado de petróleo, portanto prejudicial à qualidade do ar respirado por santistas, guarujaenses e cubatenses. O combustível fóssil convencional também contribui para o aquecimento global, na medida em que despeja na atmosfera dióxido de carbono (CO2). Esse gás, gerado a partir da queima dos derivados de petróleo, do carvão e das árvores, é considerado um dos maiores responsáveis pelos danos à Camada de Ozônio que protege o Planeta dos raios solares.

A navegação é a fonte de 3% das emissões globais de CO2 e a Organização Marítima Internacional vem debatendo formas de taxar esse carbono emitido pelo setor a fim de incentivar a migração para fontes de energia menos nocivas ao ambiente. Simultaneamente, cientistas e armadores têm buscado alternativas viáveis ao bunker.

O Brasil já incluiu o transporte marítimo em diversas agendas nacionais voltadas para o mapeamento e a redução das emissões de carbono, a exemplo do Plano Clima, no Ministério do Meio Ambiente, que elabora o inventário de carbono de todos os setores da Economia

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