Cotidiano
Das noves estações concluídas pelo Estado, só duas e parte do túnel foram entregues à população. Segundo EMTU, obras das estações Bernardino de Campos e Barreiros serão retomadas em dezembro
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E seguindo os trilhos do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), passeio que iniciamos na edição de ontem, a Reportagem do Diário do Litoral chegou às obras em Santos: o ponto mais crítico de todo o projeto e protagonista de muitas brigas entre o Estado e o Ministério Público.
Ao que tudo indica, até o término das obras no trecho santista, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) vai enfrentar muitas barreiras pelo caminho. A polêmica mais recente veio dos futuros usuários. Sem que ninguém visse, um dos vagões do VLT que estava estacionado na Estação Pinheiro Machado foi pichado com a expressão “uper fatur”, que significa superfaturamento. O fato expõe duas questões: a insatisfação de parcela da população e falta de segurança nas proximidades das estações.
Mais uma prova desta insegurança é constatada a olhos nus na estação Nossa Senhora de Lourdes, próximo à saída do túnel que dará passagem ao veículo para interligar Santos à São Vicente. Usuários de drogas assustam quem passa pelo local, que é conhecido pela vizinhança como um ponto de tráfico. A própria equipe de reportagem foi ameaçada ao estacionar e fotografar próximo ao primeiro ponto de parada santista do VLT.
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Questionada sobre como será feita a segurança das estações quando o veículo estiver efetivamente funcionando e se haveria segurança patrimonial nos locais, a EMTU se limitou a responder que “a segurança dos locais por onde o VLT circula ou circulará é de responsabilidade das autoridades policiais locais”. Ou seja, mais uma atribuição para os policiais militares das duas cidades.
Obras paradas
Das nove estações que estão prontas, conforme garante a EMTU, apenas duas — Nossa Senhora de Lourdes e Pinheiro Machado — e mais o túnel estão concluídos. O trecho entre o Canal 1 e a Av. Conselheiro Nébias, que abrange quatro estações e o mais polêmico de todo o projeto, continua com as obras paralisadas desde março deste ano.
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O trecho paralisado tem 2,3 quilômetros de extensão. O motivo da decisão foi uma alteração no traçado inicial do projeto. O Ministério Público (MP) entrou com uma ação para a paralisação dos trabalhos e a Justiça acatou. A decisão havia sido tomada em fevereiro, mas só foi colocada em prática no mês seguinte. A obra foi paralisada em função de ter sido disponibilizado, no Diário da Justiça de 13 de março, o acórdão que decidiu favoravelmente ao Ministério Público.
Com a paralisação, ficou permitida apenas a conservação do trabalho e a segurança da obra. A decisão não incluiu o trecho de São Vicente, que já tinha — na época — boa parte do percurso pronta. No entanto, conforme a Reportagem averiguou, a obra está abandonada e sem indícios de conservação.
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Lixo, entulhos, mato por roçar, restos de obras e passagens de pedestres precárias. Assim se encontra este trecho da obra. A estação Bernardino de Campos está só na carcaça e parte do trajeto ainda está sem os trilhos. Assim também se encontra o trecho entre as estações Mascarenhas de Moraes e Barreiros, em São Vicente.
Segundo a EMTU, os trechos que aguardam a retomada das obras têm recebido, irregularmente, lixo residencial e entulho jogado por desconhecidos e a limpeza destes locais é de responsabilidade da prefeitura local. “A limpeza do entorno e nos canteiros da obra entre Barreiros e Porto são realizados pelo Consórcio, que tem realizado a limpeza do local de 15 em 15 dias”, informa.
Sobre prazos, a empresa afirma que as obras entre a Rodovia dos Imigrantes e a Praça Francisco Miranda, em São Vicente, têm previsão de início em outubro deste ano. As obras das estações Bernardino de Campos e Barreiros devem ser retomadas em dezembro deste ano. As demais têm previsão de entrega para o primeiro semestre de 2016. “Neste momento, a maior concentração de funcionários da construtora está nas obras do CCO, do Pátio de Estacionamento dos VLTs e nos prédios administrativos do Sistema VLT, no final da linha, em Santos”, explica.
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