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Quem passa pela Avenida Monteiro Lobato, no bairro Agenor de Campos, em Mongaguá, se depara com uma fila de placas que indicam a realização de diversas obras. A cena chama a atenção, inclusive dos moradores, que não sabem dizer onde ficam os serviços descritos. Descontentes com as propagandas, os munícipes apontam problemas na Cidade.
“É só placa. É placa demais e obra de menos. Não sei onde está tudo isso que está escrito aí. Se você encontrar uma obra dessas me avisa. A Cidade está largada. Olha essa avenida (Monteiro Lobato) está cheia de buracos. Faz tempo que não vê manutenção”, disse o aposentado Alfredo Faria.
À espera de atendimento no Pronto-Socorro de Agenor de Campos, a dona de casa, Sheila Mingoranci, desconhece as obras apontadas nas placas da Prefeitura de Mongaguá. “É uma poluição de placa e a gente não vê obra. O outro prefeito foi condenado por causa de placas. Lá está dizendo que estão construindo uma unidade de saúde, mas não sei onde fica. A Cidade não vai pra frente”, disse.
Sheila criticou a falta de hospital e prontos-socorros na Cidade. “No pronto-socorro de Agenor às vezes não tem médico e o povo vai para Vera Cruz que fica longe. O nosso maior problema em Mongaguá é a saúde. Tudo demora. Quem precisa ganhar bebê vai para Itanhaém ou Praia Grande porque aqui não tem maternidade. A obra da UPA está parada há anos. Quando a gente precisa de atendimento mesmo tem que ir para Santos”, afirmou.
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O aposentado Gustavo Biasi também reclamou da Saúde de Mongaguá. “Faz 45 minutos que estamos esperando atendimento. Não falaram quanto tempo mais vai demorar. Com essa epidemia de dengue o pronto-socorro vive cheio. Se a UPA já estivesse pronta já desafogaria aqui”, disse.
Biasi mora na Estrada da Fazenda, em Agenor de Campos. A via dá acesso a uma cachoeira, no entanto, o progresso não deu as caras por lá. “Não tem esgoto. Não tem saneamento. O esgoto é a céu aberto. Quando chove alaga tudo. Já pensamos fazer um protesto para ver se chama a atenção. As praças, os moradores têm que limpar. A Cidade está abandonada”, desabafou.
O aposentado relatou ainda que o controle da dengue no Município é deficitário. “Agente da dengue não passa. Os terrenos estão cheios de mato e água parada. Lá na rua tem uma casa que 10 pessoas já pegaram a doença. A quem vamos recorrer?”, questionou.
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Placas
As placas instaladas ao longo da Avenida Monteiro Lobato indicam diversas obras. Entre elas, a construção da Unidade de Saúde de Agenor de Campos, a reforma da Agência de Correios de Agenor de Campos e a reforma da EMEF Regina Maria.
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Os dispositivos de propaganda não disponibilizam os valores das obras, bem como o prazo de início e conclusão dos serviços. As placas estão distribuídas em uma distância de aproximadamente cinco metros uma da outra. Confeccionados em branco e azul, elas contêm o brasão da Prefeitura e a frase: “+ uma obra do governo municipal”.
Reeleito em 2012, o ex-prefeito Paulo Wiazowski Filho (DEM) teve o registro de candidatura cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral no Estado de São Paulo.
A cassação do registro de candidatura de Wiazowski e seu vice Uilson Aparecido Machado (PSD) foi motivada pela realização de propaganda de obras e serviços da Prefeitura nos três meses anteriores às eleições, o que é proibido por lei (art. 73, inciso VI, alínea “b”, da Lei 9.504/97). A vaga foi assumida pelo atual prefeito, segundo colocado nas eleições, Arthur Parada Prócida (DEM).
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Sem resposta
Procurada, a Prefeitura de Mongaguá não respondeu até o fechamento desta edição. O Diário do Litoral questionou a Admistração Municipal sobre as reclamações da população contidas na matéria.
UPA segue abandonada e sem previsão de término
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2011, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mongaguá, no bairro Agenor de Campos, saiu do papel, mas está abandonada. Cercada de tapumes, a obra localizada na Avenida Monteiro Lobato está inacabada, com mato alto e restos de material de construção espalhados. Segundo os moradores, desde que o atual prefeito, Artur Parada Prócida (PSDB) assumiu, os serviços estão paralisados.
A previsão de entrega do equipamento era até outubro de 2012, o que não ocorreu. Com apenas dois prontos-socorros, sem maternidade e um hospital para emergências — onde os pacientes aguardam vagas em unidades de outros municípios — a UPA daria um folêgo para os atendimentos de urgência.
Em abril do ano passado, o Diário do Litoral publicou matéria sobre o abandono das obras da UPA. Na oportunidade a Prefeitura Municipal informou que, após assumir o Governo Municipal, o prefeito Prócida solicitou recursos ao Ministério da Saúde para concluir a obra, mas não obteve êxito. O prefeito então recorreu ao Estado. O secretário estadual de Saúde, David Uip, afirmou que o Município receberia os recursos que faltam para terminar a obra. A Prefeitura precisa de aproximadamente R$ 1,5 milhão para concluir a UPA.
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A obra da UPA de Mongaguá teve início no dia 1º de setembro de 2011. O prazo de entrega era previsto para 300 dias depois. O valor total da obra era de R$ 2.908.742,94, sendo R$ 1.400,00 de recursos do Governo Federal. Questionada novamente sobre a situação da obra, a Prefeitura de Mongaguá não respondeu até o fechamento desta edição.