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Os policiais militares que supostamente teriam agredido o repórter do Jornal Lance!, Bruno Cassucci de Almeida, no último domingo, dia 30, após o jogo entre Santos e Botafogo, na Vila Belmiro, em Santos, poderão responder por abuso de autoridade. A informação é do comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), coronel PM Ricardo Ferreira de Jesus.
Em reunião no final da manhã de hoje, com o diretor regional de Santos, Baixada Santista e Vale do Ribeira, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Carlos Ratton, no batalhão localizado na Ponta da Praia, o coronel Ricardo de Jesus disse que vai se empenhar pessoalmente na questão, que ele garante ser incompatível com as normas de conduta da Polícia Militar.
O coronel se colocou à disposição do jornalista para ouvi-lo e registrar suas declarações ao inquérito policial militar (IPM), que foi aberto para apurar todos os fatos envolvendo o confronto entre as torcidas e a atuação dos policiais. O ofício enviado pelo Sindicato narrando o fato e pedindo punição aos policiais também será incluído ao inquérito.
“Podemos fazer exame do corpo de delito, pedir o celular do Bruno para enviar a perícia, recuperar as imagens apagadas e, por fim, solicitar a escala de serviço dos policiais para um possível reconhecimento fotográfico e pessoal. O importante é que vamos apurar com rigor esse fato”, disse o comandante, que pretende concluir o inquérito em 40 dias.
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O comandante alertou que caso seja provado os excessos contra o jornalista, os policiais poderão responder administrativa, civil e penalmente por seus atos, que podem ser caracterizados pelo crime de abuso de autoridade. “A Polícia Militar não compactua com atitudes como as narradas pelo jornalista”, finalizou o coronel Ricardo de Jesus.
O diretor do Sindicato aproveitou a reunião para reforçar outras denúncias de abusos de policiais contra jornalistas na Região, como a que teve como vítima um assessor de Imprensa da Prefeitura de Guarujá, destratado por uma policial após ser confundido com um marginal, mesmo se identificando e sem ter qualquer semelhança com o bandido. O episódio também foi acompanhado pessoalmente pela entidade de classe.
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O caso de Bruno
Segundo o correspondente do Lance!, após o jogo, estava registrando um confronto entre torcedores, com intervenção da Polícia Militar, quando foi abordado por uma policial que o mandou abandonar o trabalho com as seguintes palavras: “vaza. Dá linha, curioso”.
Bruno conta ainda que, sob a mira de um revólver, recebeu uma revista agressiva e, na sequência, os policiais pediram para que ele abrisse a mochila. Após tomar seu celular, os policiais apagaram todas as imagens obtidas pelo jornalista.
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Segundo relato publicado em sua página em um rede social, os policiais mandaram Bruno não olhar para trás e, quando o jornalista olhou para o celular, foi agredido no rosto. Um oficial disse que ele estava ali para ‘defender torcedores’ e que ‘a mídia só mostra quando a polícia bate nesses (torcedores)’.
O jornalista explicou que, momentos depois da agressão, um policial se colocou entre ele e a parede, pegou uma bomba de efeito moral, puxou a calça de Bruno e colocou o artefato dentro dela: ‘você não é macho? Quero ver ser macho agora’, disse o PM. A mesma policial que o havia abordado no primeiro momento ainda disse: ‘quer levar para casa? Tenho várias outras, pode levar’.
Procurado ontem, Bruno Cassucci revelou que registrou um boletim de ocorrência e que iria ao Instituto Médico Legal (IML) fazer exame de corpo de delito. Com relação à identificação dos policiais, que seria de grande valia para a investigação e a apuração de responsabilidades, o jornalista disse que está avaliando.
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