Cotidiano

Policiais podem ser identificados e punidos

Comandante da PM vai se empenhar pessoalmente nas investigações sobre suposta agressão ao repórter do Lance!. Inquérito deve ser concluído em 40 dias

Publicado em 02/12/2014 às 15:14

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Os policiais militares que supostamente teriam agredido o repórter do Jornal Lance!, Bruno Cassucci de Almeida, no último domingo, dia 30, após o jogo entre Santos e Botafogo, na Vila Belmiro, em Santos, poderão responder por abuso de autoridade. A informação é do comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), coronel PM Ricardo Ferreira de Jesus.

Em reunião no final da manhã de hoje, com o diretor regional de Santos, Baixada Santista e Vale do Ribeira, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Carlos Ratton, no batalhão localizado na Ponta da Praia, o coronel Ricardo de Jesus disse que vai se empenhar pessoalmente na questão, que ele garante ser incompatível com as normas de conduta da Polícia Militar.

O coronel se colocou à disposição do jornalista para ouvi-lo e registrar suas declarações ao inquérito policial militar (IPM), que foi aberto para apurar todos os fatos envolvendo o confronto entre as torcidas e a atuação dos policiais. O ofício enviado pelo Sindicato narrando o fato e pedindo punição aos policiais também será incluído ao inquérito.

“Podemos fazer exame do corpo de delito, pedir o celular do Bruno para enviar a perícia, recuperar as imagens apagadas e, por fim, solicitar a escala de serviço dos policiais para um possível reconhecimento fotográfico e pessoal. O importante é que vamos apurar com rigor esse fato”, disse o comandante, que pretende concluir o inquérito em 40 dias.

O comandante alertou que caso seja provado os excessos contra o jornalista, os policiais poderão responder administrativa, civil e penalmente por seus atos, que podem ser caracterizados pelo crime de abuso de autoridade. “A Polícia Militar não compactua com atitudes como as narradas pelo jornalista”, finalizou o coronel Ricardo de Jesus.

O coronel Ricardo de Jesus disse que vai se empenhar pessoalmente na questão, que ele garante ser incompatível com as normas de conduta da PM (Foto: Matheus Tagé/DL)

O diretor do Sindicato aproveitou a reunião para reforçar outras denúncias de abusos de policiais contra jornalistas na Região, como a que teve como vítima um assessor de Imprensa da Prefeitura de Guarujá, destratado por uma policial após ser confundido com um marginal, mesmo se identificando e sem ter qualquer semelhança com o bandido. O episódio também foi acompanhado pessoalmente pela entidade de classe.


O caso de Bruno

Segundo o correspondente do Lance!, após o jogo, estava registrando um confronto entre torcedores, com intervenção da Polícia Militar, quando foi abordado por uma policial que o mandou abandonar o trabalho com as seguintes palavras: “vaza. Dá linha, curioso”.

Bruno conta ainda que, sob a mira de um revólver, recebeu uma revista agressiva e, na sequência, os policiais pediram para que ele abrisse a mochila. Após tomar seu celular, os policiais apagaram todas as imagens obtidas pelo jornalista.  

Segundo relato publicado em sua página em um rede social, os policiais mandaram Bruno não olhar para trás e, quando o jornalista olhou para o celular, foi agredido no rosto. Um oficial disse que ele estava ali para ‘defender torcedores’ e que ‘a mídia só mostra quando a polícia bate nesses (torcedores)’.

O jornalista explicou que, momentos depois da agressão, um policial se colocou entre ele e a parede, pegou uma bomba de efeito moral, puxou a calça de Bruno e colocou o artefato dentro dela: ‘você não é macho? Quero ver ser macho agora’, disse o PM. A mesma policial que o havia abordado no primeiro momento ainda disse: ‘quer levar para casa? Tenho várias outras, pode levar’.

Procurado ontem, Bruno Cassucci revelou que registrou um boletim de ocorrência e que iria ao Instituto Médico Legal (IML) fazer exame de corpo de delito. Com relação à identificação dos policiais, que seria de grande valia para a investigação e a apuração de responsabilidades, o jornalista disse que está avaliando.

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