Cotidiano
O protesto está marcado para as 17h deste sábado, 22, na Praça da República, e, até as 20h de ontem, mais de 13 mil pessoas tinham confirmado presença
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Um "pelotão ninja" da Polícia Militar, especializado em artes marciais e sem armas de fogo, atuará pela primeira vez hoje na manifestação intitulada "Não Vai ter Copa", prevista para o centro de São Paulo. O protesto está marcado para as 17h deste sábado, 22, na Praça da República, e, até as 20h de ontem, mais de 13 mil pessoas tinham confirmado presença nas redes sociais. Segundo a PM, os policiais do pelotão vão atuar na imobilização de quem, eventualmente, praticar crimes na multidão.
A criação do pelotão foi antecipada pelo Estado em novembro, quando o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, afirmou que haveria efetivo específico para lidar com manifestações - com conhecimento de artes marciais. Na ocasião, adiantou que policiais foram selecionados nos 31 batalhões existentes na capital e já recebiam o treinamento para atuar nos protestos.
O "pelotão ninja" tem entre e 80 e 100 policiais e foi treinado por quatro meses. Na manhã desta sexta-feira, 21, o capitão Emerson Massera, porta-voz da PM, disse que foram selecionados policiais altos, com força física diferenciada e conhecimento em jiu-jítsu, caratê, judô e até capoeira.
Segundo a PM, o objetivo dessa tropa é agir pontualmente no isolamento de indivíduos que tenham atitude violenta. O primeiro ato contra a Copa, no dia 25 de janeiro deste ano, acabou em confronto entre black blocs e policiais. Ao todo, 128 pessoas foram detidas.
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"Agora, o pelotão agirá de maneira pontual e vai utilizar recursos menos agressivos", disse Massera. "Eles vão imobilizar pessoas que eventualmente atentem contra a segurança ou que pratiquem atos de vandalismo. Isso sem a necessidade de usar equipamentos que possam causar lesões mais graves em manifestantes", acrescentou o capitão.
Os policiais estarão uniformizados e equipados com capacetes, escudos, coletes à prova de bala, tonfa (um tipo de cassetete) e algemas. O grupo, contudo, terá a retaguarda da tropa convencional, que estará munida de bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha. "É um degrau a mais no uso gradual de força, com chance menor de causar lesão. Porque você pode usar a técnica e o corpo a corpo antes de utilizar bombas de gás lacrimogêneo", exemplificou Massera.
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O consultor de segurança pública José Vicente da Silva Filho acredita no sucesso da estratégia. Ele explica que a ação é adotada em outros países e ajuda a evitar um dos principais problemas da ação da PM em protestos de rua, que é atingir manifestantes legítimos ao agir contra infratores.
"Esse tipo de estratégia já é recomendado até nas principais polícias dos Estados Unidos há alguns anos. Consiste na extração de indivíduos violentos que se infiltram em manifestações legítimas e acabam se aproveitando da situação para agredir, depredar e, principalmente, atacar policiais com lançamento de rojões, pedras, coquetel molotov e tudo mais", afirmou.
Intimação
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Manifestantes investigados por dano ou formação de quadrilha durante protestos em São Paulo e outros identificados com base no monitoramento das redes sociais foram intimados a comparecer às 16 horas de hoje na Delegacia Geral de Polícia (Deic) para prestar depoimento. O documento de intimação foi divulgado na página dos black blocs no Facebook. O horário marcado é próximo ao do início da manifestação na República.
Nas redes sociais, os adeptos da tática Black Bloc criticaram o documento, questionando se era uma "intimação" ou "intimidação". A estratégia da polícia é semelhante à adotada com torcedores suspeitos de vandalismo, que são obrigados a comparecer à delegacia no horário dos jogos de futebol. A PM não divulgou o número total de policiais que estarão na manifestação de hoje, por questões de segurança.
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