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A polícia húngara reprimiu com gás lacrimogêneo e jatos d'água os protestos de refugiados que tentavam avançar em direção ao país perto do principal posto da fronteira com a Sérvia, nesta quarta (16).
Centenas de soldados da tropa de choque, acompanhados por unidades contra-terroristas e veículos blindados avançaram contra a multidão, que se concentra do lado sérvio, perto da cidade de Horgos.
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O país avisou a Sérvia que, após o tumulto, deixará a passagem fechada por 30 dias.
Segundo a polícia, imigrantes "agressivos" tentaram avançar contra a cerca que separa os dois países, um dia depois da entrada em vigor de penas mais duras contra refugiados que querem passar pela Hungria e se estabelecer na União Europeia (UE).
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O tumulto na fronteira ocorreu depois que centenas de refugiados bloquearam a estrada que liga os dois países pedindo a permissão para cruzar o território. Alguns atiravam pedras e garrafas de plástico vazias em direção às forças de segurança. A multidão foi dispersada.
Segundo testemunhas, algumas mulheres levantavam bebês de colo em frente aos guardas para indicar que havia crianças na cena.
De Horgos, as autoridades sérvias mandaram ambulância para o local do confronto, mas não foi divulgado um número de feridos.
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Devido ao aumento das tensões no local, Budapeste pediu oficialmente à Sérvia que reprima os imigrantes que, alega, estão atacando forças húngaras a partir de seu território.
Também nesta quarta, a Hungria condenou o primeiro estrangeiro por cruzar ilegalmente a fronteira após as novas leis. O iraquiano foi um dos 519 presos desde a terça-feira, dos quais 46 foram indiciados. O homem foi banido por um ano da Hungria.
A nova legislação prevê penas de prisão de até três anos para quem danifique ou ultrapasse a cerca de arame farpado de 3,5 metros de altura instalada ao longo dos 175 quilômetros de fronteira com a Sérvia.
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Novas rotas
Devido ás restrições, muitos refugiados têm optado por desviar do país e prosseguir viagem em direção á Croácia.
A polícia húngara calcula que mais de 200 mil refugiados e imigrantes entraram no país desde o início do ano. A maior parte deles atravessou a fronteira a partir da Sérvia e, em quase todos os casos, as pessoas seguiram viagem para o oeste da Europa.
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Segundo o Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), mais de 411 mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo para tentar entrar na Europa desde o início de 2015.
Após desembarcar em países costeiros como Itália e Grécia, milhares de pessoas cruzam o continente para buscar asilo em países mais ricos e receptivos, como a Alemanha, que prevê receber até 1 milhão de pessoas em 2015.
Um plano de cotas de refugiados a serem distribuídos entre os países da UE não tem avançado, em grande medida por causa da recusa em países da Europa Oriental a abrigar os estrangeiros.
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