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Mesmo com o vice-presidente Michel Temer atuando na articulação política do governo, a bancada do PMDB na Câmara insiste em votar uma iniciativa que constrange o Planalto: a Proposta de Emenda à Constituição que reduz de 39 para 20 o número de ministérios. A previsão dos líderes da base aliada é que a admissibilidade da proposta seja votada na quinta-feira, 23, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Em visita à Portugal, Temer, que liberou a bancada peemedebista para a votação, foi evasivo sobre a admissão da PEC. Disse que o processo está apenas começando, e elencou os vários passos necessários até que seja votada. "Não tem conclusão. Quem sabe no próximo governo", afirmou.
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O governo esperava que a escolha de Temer esvaziasse a ação peemedebista, mas a bancada não recuou. Escalado inicialmente para agir junto aos deputados, o vice-presidente acabou tirando a pauta de sua agenda para não melindrar os correligionários. "(A aprovação da PEC) não será uma derrota para o vice-presidente. Trata-se de uma posição da bancada e ele respeita a nossa posição", minimizou o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ).
A saída da Temer da negociação irritou os líderes da base governista, que estão sendo obrigados a buscar votos no varejo para derrubar a proposta. Na semana passada o tema saiu da pauta depois que o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), comandou uma manobra de obstrução da votação. Governo e peemedebistas dizem ter votos suficiente na CCJ, que tem 66 titulares e 66 suplentes, todos com direito a voto.
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Mas ambos concordam que a votação será apertada. Para vencer o embate, o PMDB aliou-se ao PSDB. Parte dos tucanos é contra a medida por considerá-la inconstitucional, mas, segundo deputados ouvidos pela reportagem, a bancada foi orientada pelo presidente do partido, Aécio Neves, a apoiá-la para desgastar a presidente Dilma Rousseff, que sofreria mais uma derrota política.