Cotidiano
O relatório, que faz parte das ações atreladas ao Dia Mundial da Água, 22 de março, aponta medidas para que a comunidade internacional elabore um novo programa de desenvolvimento
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A população mundial deverá enfrentar um déficit de 40% no abastecimento de água até 2030, caso não tome medidas drásticas para melhorar a gestão do recurso natural. Essa é a conclusão do Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos - Água para um mundo sustentável, lançado em Nova Délhi, na Índia, pela Unesco.
O relatório, que faz parte das ações atreladas ao Dia Mundial da Água, 22 de março, aponta medidas para que a comunidade internacional elabore um novo programa de desenvolvimento.
Segundo o relatório, 748 milhões de pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso a água potável. Por outro lado, a água nunca foi tão consumida. Até 2050, a agricultura, setor que mais consome água, deverá produzir 60% mais alimentos do que hoje. O estudo destaca ainda que a demanda por bens manufaturados vai aumentar, pressionando ainda mais os recursos hídricos.
A estimativa é de que, até 2050, a demanda mundial de água pela indústria tenha um aumento de 400%. O estudo chama a atenção para o grande volume de água usado para geração de energia (usinas térmicas) e destaca a necessidade de estímulos a fontes renováveis, como subsídios para as fontes eólica e solar.
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O objetivo do relatório é estabelecer um objetivo em relação ao uso da água. A proposta seria fixar metas sobre temas como governança e qualidade da água, gestão de águas residuais e prevenção de desastres naturais.
O relatório da Unesco destaca as iniciativas de um programa batizado de "Rio Rural", realizado na região Norte do Estado fluminense. O programa, que até 2018 receberá recursos do Banco Mundial, é voltado para a produção agrícola na região.
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"Em partes do Norte do Estado do Rio de Janeiro, políticas rurais do passado priorizaram a monocultura do café e da cana-de-açúcar, além da pecuária. O desmatamento e a exploração não sustentável resultaram em degradação do solo e em esgotamento dos recursos hídricos", informa o estudo, destacando que, desde 2006, o programa Rio Rural trabalha para reverter a situação, com suporte para que pequenos agricultores adotem sistemas produtivos mais ecológicos.
"Como a maioria das tecnologias mais sustentáveis tem custos mais elevados de implementação e baixo impacto sobre a renda rural, é fundamental estabelecer um sistema de incentivo financeiro para apoiar a sua adoção", afirma o trabalho.
Com apoio do Banco Mundial, governos federal, estadual e do setor privado, a previsão é de que o Rio Rural receba um total de US$ 200 milhões até 2018, atingindo uma área de 180 mil hectares e 78 mil agricultores. Desse total de agricultores, 47 mil recebem incentivos financeiros diretos e assistência técnica para melhorar a produtividade. Em troca, os agricultores se comprometem em conservar áreas florestais remanescentes.
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