Cotidiano

PL quer plantar uma árvore para cada bebê nascido em Santos

Projeto de Lei quer incentivar o plantio de mudas de árvores em áreas devastadas da cidade

LG Rodrigues

Publicado em 01/03/2020 às 07:02

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Plantio deverá ser feito em área próxima à residência da criança / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

Continua depois da publicidade

Vereadores de Santos debatem implantar uma lei que determina que o município deverá plantar uma muda de árvore para cada bebê recém-nascido na cidade. Atualmente, o projeto de lei se encontra em debates preliminares, mas durante a 6ª sessão ordinária deste ano, realizada no dia 20 deste mês, os parlamentares derrubaram um parecer contrário, dando continuidade ao PL, que deverá seguir correndo na Casa de Leis.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O projeto de lei 97/2019, de autoria do vereador Rui de Rosis (MDB), prevê que será obrigatório o plantio de uma muda de árvore nativa da região para cada recém nascido nos limites do municípios de Santos. O texto prevê ainda que o plantio deverá ser feito com prioridade em área próxima ao local onde a criança resida. Apesar disso, caso a família do recém-nascido more em uma área inviável, a árvore deverá ser plantada em uma área degradada da cidade.

Continua depois da publicidade

De acordo com Rosis, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente será responsável pela escolha da muda a ser plantada e pelo seu plantio. Todas as mudas deverão receber uma placa de identificação com o nome da criança. Em sua justificativa, o parlamentar utiliza outros municípios como exemplo.

"No sul do Espírito Santo, um projeto da prefeitura de Itapemirim começou a plantar uma muda de árvore para cada bebê nascido na cidade. Após o plantio das árvores, as crianças recebem uma 'certidão natural', que tem informações sobre os cuidados com a saúde do bebê no primeiro ano de vida, fazendo um paralelo lúdico com o desenvolvimento da planta", afirma o vereador.

Continua depois da publicidade

O município de Itapemirim, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem atualmente uma população em 2019 de pouco mais de 34 mil pessoas e registrava em 2010 quase 3 mil crianças de zero a cinco anos de idade, registrando uma taxa de natalidade baixa quando comparada a uma metrópole como Santos que possui pouco mais de 420 mil pessoas e uma taxa de natalidade de 10,73 a cada mil habitantes em 2018, o que equivale a aproximadamente 4.500 nascimentos por ano.

"O documento [recebido pelas crianças] também tem informações sobre espécie e as coordenadas para a família localizar a árvores que foi plantada. As crianças ganham uma certidão com as informações da muda plantada no local. A ideia do projeto é incentivar o plantio e recuperar áreas degradadas. Trata-se de uma iniciativa louvável, que faz um paralelo entre as novas vidas e a renovação da natureza. Seria interessante implantarmos em Santos projeto semelhante, recuperando áreas da nossa cidade que ainda necessitem de plantio ou replantio de mudas", conclui Rui.

Apesar disso, o projeto de lei recebeu parecer contrário da secretaria legislativa do município no dia 17 por ser 'inviável sob o aspecto legal'.

Continua depois da publicidade

Uma rápida checagem ao parecer n° 172/2019 inserido com o processo n° 672/2019 expõe que a instituição, ao notar que o PL determina ações sob responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente estaria sendo inviável e ilegal devido ao fato de que o órgão só pode responder ao prefeito, dentre outros motivos listados.

Mesmo com a negativa, os vereadores decidiram rejeitar os vetos no dia 20 e, com isso, o projeto de lei seguirá tramitando na Câmara antes de retornar para ser debatido em uma eventual primeira discussão.

"Eu queria chamar a atenção dos senhores vereadores que os itens 7, 8 e 10 tiveram pareceres contrários e um dos argumentos, talvez o principal da Comissão de Justiça, é a 'invasão de competência do prefeito'. Bom, eu vou novamente falar um argumento que está virando quase um mantra, que é o seguinte: todas as vezes que o Executivo não tem a iniciativa de fazer uma lei ou de cobrir lacunas necessárias para aumentar a qualidade de vida da população esta casa terá por obrigação que fazer as vezes que o Executivo não fez. É para isso que o legislativo existe", contestou a vereadora Telma de Souza (PT).

Continua depois da publicidade

Agora, o projeto de lei será encaminhado à CMADS e CF para outras análises.

"A família recebe um certificado com a geolocalização de aquela árvore e passar a ter um olhar diferente para a árvore em específico como se representasse a vida daquele bebê e ambos crescem juntos. É um projeto extremamente pertinente porque vai levar as famílias a zelar por essa árvore", concluiu o vereador Fabricio Cardoso (PSB).

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software