Cotidiano

Pílula do Exercício dribla o cérebro e queima gordura sem nenhuma atividade

Uma equipe de pesquisadores desenvolveu um composto chamado SLU-PP-332, que imita os efeitos de exercícios físicos

Ana Clara Durazzo

Publicado em 23/04/2025 às 12:15

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O SLU-PP-332 é capaz de ativar vias metabólicas semelhantes às do exercício, fazendo com que o corpo funcione como se estivesse em um treinamento físico / Freepik

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Já imaginou obter todos os benefícios de exercícios físicos sem precisar mexer um dedo? Apesar da ideia parecer absurda, ela está cada vez mais próxima de virar realidade; As informações são do portal The Conversation.

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Uma equipe de pesquisadores desenvolveu um composto que imita os efeitos de exercícios físicos.

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O SLU-PP-332 é capaz de ativar vias metabólicas semelhantes às do exercício, fazendo com que o corpo funcione como se estivesse em um treinamento físico.

Como funciona?

Segundo pesquisa publicada na ACS Chemical Biology, esse composto ativa os receptores ERR, que regulam o metabolismo energético.

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Dessa forma, a pílula aumenta a eficiência mitocondrial e promove queima de gordura.

Outro estudo publicado pelo Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics mostrou que esse composto também pode auxiliar no tratamento da obesidade e da síndrome metabólica.

Em testes clínicos feitos com camundongos, os animais tratados com o composto correram 70% mais tempo e 45% mais longe do que aqueles que não receberam.

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Além disso, quando administrados em camundongos obesos, eles perderam 12% do peso corporal e acumularam 10 vezes menos gorduras, sem mudar a dieta ou a quantidade de exercício. 

Os animais também melhoraram sua sensibilidade à insulina.

Em reunião anual da American Chemical Society, os pesquisadores também relataram que o SLUP-PP-332 pode fortalecer o coração em casos de insuficiência cardíaca e ter propriedades neuroprotetoras em doenças como o Alzheimer.

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Uso humano

O composto ainda não foi testado em humanos e, por isso, não pode ser disponibilizado para a sociedade.

O processo para desenvolver um medicamento é longo e são necessários estudos de segurança e eficácia. 

Os especialistas estimam que o processo para comercialização pode demorar uma década.

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Os cientistas fundaram a startup Pelagos Pharmaceutical para acelerar o processo. O objetivo dela é levar o SLU-PP-332 a testes clínicos.

Atualmente o composto é testado em modelos de obesidade, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e doenças neurodegenerativas.

Reação no corpo

Caso a pílula seja aprovados, os benefícios incluem:

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Metabolismo aprimorado

O composto aumenta a queima de gordura e o gasto energético basal.

Manutenção da massa muscular

A pílula evita a perda muscular em testes com animais.

Benefícios em órgãos vitais

A ativação dos receptores ERR fortalece o coração e tem efeitos neuroprotetores.

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Apesar de gerar diversos benefícios para o metabolismo e a resistência, o composto não fortalece os ossos e articulações, além de não reproduzir os benefícios psicológicos do exercício físico.

Dessa forma, ainda não é possível substituir completamente o exercício.

Além da medicina

Apesar de melhorar a qualidade de vida de pessoas com doenças metabólicas, o composto pode apresentar riscos sociais.

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Caso seja comercializada como uma solução fácil, as pessoas podem querer abandonar a atividade física.

Outra questão seria o uso nos esportes competitivos. A Agência Mundial Antidoping proíbe compostos que aumentam a resistência.

Caso o SLU-PP-332 seja eficaz em humanos, é provável que seja proibido em competições.
Além de que as agências antidoping teriam que desenvolver testes específicos para detectá-lo no corpo.

Por fim, há dúvidas sobre a acessibilidade. 

Como o tratamento é inovador, o custo inicial deve ser alto, o que pode causar desigualdade entre os que podem comprar e os que não podem.

Além de que fica a dúvida se os sistemas de saúde públicos devem cobrir os custos do remédio.

De qualquer forma, a sociedade deverá decidir com responsabilidade como integrará esse composto, caso ele seja aprovado.

As próximas fases de pesquisa serão essenciais para definir se a pílula será um aliado da saúde ou uma desculpa para inatividade.

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