Greve dos pilotos foi anunciada neste final de semana / Rovena Rosa/Agência Brasil
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Tripulantes aéreos iniciaram uma paralisação no aeroporto de Congonhas por volta das 6h desta segunda (19). A greve acontece após falharem as negociações entre a categoria e as companhias aéreas por reajuste salarial e mudanças nos regimes de descanso.
Pilotos e comissários de voo começaram a se reunir no saguão do aeroporto e somavam cerca de 30 pessoas. Por volta de 6h30, havia quatro voos atrasados, segundo um dos painéis no saguão -um para o Rio de Janeiro, dois para Belo Horizonte e um para o Recife.
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Por volta das 7h30, a mobilização continuava no saguão. Segundo informações da Infraero, que opera o aeroporto, havia apenas um voo atrasado, com destino ao Aeroporto Internacional de Navegantes, em Santa Catarina.
A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informa que, devido à paralisação dos aeronautas nesta manhã, 10 voos estão atrasados e nenhum foi cancelado até o momento. A concessionária orienta os passageiros a procurar as companhias aéreas para saber o status dos voos.
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Segundo o presidente do sindicato, Henrique Hacklaender, a mobilização não tem data para terminar. "Esperamos que o saguão esteja cheio de tripulantes, porque as empresas estão sendo intransigentes", afirmou.
Os tripulantes aéreos decidiram no domingo (18) manter a greve programada para esta segunda-feira (19).
A categoria rejeitou uma proposta apresentada pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) após negociação intermediada pelo vice-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Aloysio Corrêa da Veiga.
Com a decisão da categoria, os atrasos nas decolagens programadas entre 6h e 8h nos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Guarulhos, Galeão, Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Belo Horizonte) estão mantidos.
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O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) diz que as negociações buscam assegurar a continuidade dos serviços "e o direitos dos clientes de viajar, especialmente neste período de alta temporada."
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a categoria pede às empresas aéreas a recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real (acima da inflação) de 5%. Nas cláusulas sociais, pedem a manutenção da convenção coletiva da categoria e a definição de horários de veto para alterações em folgas.
O sindicato diz que manterá a greve, com as interrupções das 6h às 8h, até que as empresas aéreas respondam sobre as reivindicações. Na última semana, as negociações entre trabalhadores e as empresas não chegaram a um consenso.
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O Sindicato dos Aeroviários, que representa a equipe de solo nos aeroportos, também está em negociação com as empresas e deu início à votação da proposta apresentada na última semana por Gol e Azul. A expectativa é que a votação seja concluída na próxima semana.
O Snea propôs o reajuste dos salários, vale-refeição, vale-alimentação e demais benefícios monetários em 5,97%, equivalente ao INPC. Entre as cláusulas sociais há o direito combinar, mensalmente, uma folga aos sábados ou às segundas-feiras, para haver emenda com o domingo.