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Após oito dias de greve, os petroleiros conseguiram que a Petrobras aceitasse sentar à mesa para negociar. A empresa marcou dois encontros para hoje. Pela manhã, vai se reunir com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP). À tarde, com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Apesar de comemorarem a disposição da empresa, os sindicalistas afirmam que, caso a Petrobras demonstre que não tem boa vontade em relação às reivindicações, a greve poderá ser ainda mais acirrada durante esta semana.
“A gente está muito forte no movimento. Se a Petrobras não nos ouvir, vamos intensificar a greve”, afirmou Emanuel Cancella, coordenador da FNP. A entidade pede reajuste salarial de 18%, mas, até agora, a companhia só aceitou pagar 8,11%. Além disso, quer que a direção mantenha os benefícios trabalhistas previstos no acordo coletivo, suspensos no plano de cortes de gastos para fazer frente às dificuldades financeiras.
Já a pauta da FUP está focada na retomada do investimento e, principalmente, na suspensão do programa de venda de ativos. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também passou a ser alvo de críticas desde que defendeu mudanças na Lei da Partilha, que hoje prevê que a Petrobras deve ser operadora das reservas do pré-sal e responder por, pelo menos, 30% dos investimentos. O tema é tratado em projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP).
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O membro do Conselho de Administração da Petrobras e presidente interino do Conselho de Administração da BR Distribuidora, Segen Stefen, se posicionou contrário a alterações na lei. “Sou favorável à sua manutenção (da Lei da Partilha), pois não julgo adequado fazer mudanças apressadas sem que se tenha um quadro de estabilidade no setor”, afirmou.
Greve
A greve na Petrobras foi iniciada no dia 29 de outubro por cinco sindicatos que compõem a FNP. No dia 1º, uniram-se ao movimento os sindicatos filiados à FUP, incluindo o da Bacia de Campos. O movimento foi iniciado pelos sindipetros Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Alagoas/Sergipe e Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá.
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A paralisação na área de cobertura da FUP - que inclui as Bacias de Campos e Santos, responsáveis pela maior parte da produção de petróleo e gás - atingiu hoje 54 plataformas marítimas e 11 refinarias, segundo a entidade.