Cotidiano

Pesquisadores identificam mil pontos de deslizamento em cidade do litoral de SP

Pela primeira vez, cientistas utilizam método de sensoriamento remoto que usa luz na forma de laser pulsado para medir alcances da Terra, obtendo dados com alta precisão

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 23/09/2024 às 16:38

Atualizado em 23/09/2024 às 16:40

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Os dados foram coletados logo após o desastre que deixou São Sebastião parcialmente isolada / Divulgação/Governo do Estado

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Pesquisadores dos institutos de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e de Geociências (IGc) da Universidade de São Paulo (USP), utilizando imagens aéreas, identificaram mil pontos de escorregamento de solo em São Sebastião, no litoral de SP. Os dados foram coletados logo após o desastre que deixou o município parcialmente isolado no carnaval de 2023 após chuvas de volume recorde.

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A partir dos dados coletados, os cientistas estão analisando imagens com mais resolução - obtidas com o emprego da técnica LiDAR. Sigla em inglês para Light Detection and Ranging, LiDAR é um método de sensoriamento remoto que usa luz na forma de laser pulsado para medir alcances (distâncias) da Terra, obtendo dados com alta precisão.

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Agora, os pesquisadores estão fazendo um cruzamento com outras variáveis para desenvolver um método capaz de identificar com maior precisão o risco para novos deslizamentos. As informações são da Agência Fapesp.

O coordenador do projeto é o professor do IAG-USP Carlos Henrique Grohmann. Para desenvolver o trabalho, ele tem apoio da FAPESP e parceria com o Instituto Geográfico e Cartográfico de São Paulo (IGC-SP), que está montando um banco de imagens de laser de todo o Estado.

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É a primeira vez que a comunidade científica tem acesso a dados LiDAR de toda a região da Serra do Mar.

Estima-se que, até o fim de 2025, seja possível ter essa nova metodologia com as áreas suscetíveis de deslizamento, podendo ser usada em planejamentos e desenvolvimento de políticas públicas no município.

Em São Sebastião, o último levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) mostra que o município tinha cerca de 2.200 casas em 21 áreas de risco de deslizamento em 2018. O órgão foi contratado em fevereiro deste ano pela prefeitura para atualizar esse mapa de risco após a tragédia.

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Com um território de 402 quilômetros quadrados e pouco mais de 81 mil moradores, o município tinha entre os bairros listados à época pelo IPT Barra do Una, Juquehy, Barra do Sahy, Baleia, Camburi, Boiçucanga e Itatinga – também atingidos pela chuva de fevereiro de 2023.

 

 

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