Ar-condicionado foi o mais votado em pesquisa educacional / Nair Bueno/DL
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A pesquisa realizada pela prefeitura de Santos para apurar quais são as prioridades onde deve se investir o dinheiro do orçamento da cidade na área de educação não leva em consideração que os professores são minoria na contagem de votos. Devido a isso, as aquisições apontadas como prioridades no levantamento para investir as cifras do município foram ar-condicionado e melhoria da merenda.
Apresentado inicialmente durante a audiência pública complementar sobre o projeto da Lei Orçamentária Anual para exercício em 2020, que foi realizada na última semana de setembro no Centro Administrativo, o Orçamento Participativo Amplo contava com levantamentos que abordavam áreas como segurança, saúde e educação.
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Ao todo, 8.948 votos foram recolhidos pelo levantamento divulgado por funcionários da Ouvidoria de Santos e também da Secretaria de Finanças (Sefin). De acordo com a apresentação do órgão, destes votos, 1.218 são de pessoas abordadas por bairros da cidade e um total de 7.730 votantes estavam dentro de unidades educacionais do município de Santos.
Com os quase 9 mil votos contados, algumas prioridades foram definidas para o Orçamento Participativo Amplo, que se trata de um programa da Prefeitura, coordenado pela Ouvidoria, Transparência e Controle (OTC) e Secretaria de Finanças, para tentar ampliar e consolidar a participação do cidadão na elaboração do orçamento da cidade.
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Na área de mobilidade urbana, as calçadas foram o maior alvo de pedidos de investimento, enquanto a assistência à população em situação de rua ficou à frente no quesito cidadania e ação social. Na parte de cultura, esporte e turismo, os pedidos de mais atividades e cursos ficaram em primeiro lugar, enquanto a poda de árvores e o conserto de buracos liderou nos serviços públicos.
Já em educação, o maior pedido está na aquisição de aparelhos de ar-condicionado para as salas de aulas. A requisição é seguida por mais investimentos na merenda e termina com a manutenção das escolas em terceiro lugar. Questionadas pelo Diário do Litoral durante a audiência pública, as autoridades que ficaram responsáveis por realizar a audiência pública informaram não foi feito um censo que diferenciasse os votos de alunos, funcionários e professores, o que levou às preferências dos estudantes, que são em número muito maior, a ocuparem as primeiras posições.
"Nós utilizamos a pesquisa para o meio de referências das próprias indicações dos alunos. A gente faz uma referência. Como funcionou o outro? Primeiro a gente tirou as informações do sistema da ouvidoria, então aquilo que teve mais demanda nós depois colocamos para votação dos alunos. O ar-condicionado é sim uma prioridade importante, a merenda escolar, hoje, tem um índice alto de aprovação, mas o que os alunos querem? Variação de cardápio, às vezes pedem alimentos que não pode. É importante que o aluno vote", afirma o ouvidor público Rivaldo Santos de Almeida Júnior.
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Apesar de ser uma pesquisa destinada ao município, a coordenadora do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) na Baixada Santista, Tânia Maria Grizzi de Moraes, afirma que deveriam ter sido feitos levantamentos diferentes e direcionados para os docentes.
"Por que não foi feita para os professores? Eu acho que deveriam ter sido consultados [em separado] os funcionários da escola e os professores também da escola porque eles teriam um outro olhar para a necessidade deles. Talvez os pedidos de ar-condicionado viessem com votos, mas não seriam as primeiras colocações, não seriam prioridade. É importante saber a necessidade do professor", explica.
Ela também destaca que o direcionamento de investimentos para a manutenção da escola também é muito vaga e afirma que as perguntas precisariam ser melhor direcionadas.
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