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Para homenagear os santos padroeiros da categoria, os pescadores da Cidade realizarão, no próximo domingo, dia 28, a tradicional festa de São Pedro e São Paulo, com procissões marítimas e terrestres e missa campal. Ao mesmo tempo, haverá o 11º Encontro dos Pescadores de Cubatão que, neste ano, debaterá a necessidade de união de todos os segmentos da sociedade na luta pela preservação do meio ambiente.
Segundo os organizadores, o incêndio ocorrido em abril, em tanques de combustíveis no bairro da Alemoa, em Santos, foi que inspirou a escolha da preservação ambiental como tema do evento.O acidente, considerado o maior do país em tanques de armazenamento de combustíveis, causou a mortandade de toneladas de peixes e demais espécimes marinhas no estuário e Rio Casqueiro. Cerca de 200 trabalhadores da Vila dos Pescadores, que tiram seu sustento da pesca, estão até hoje sem poder pescar e sobrevivem de cestas básicas cedidas pelo Governo Federal, após gestões desenvolvidas pela Prefeitura de Cubatão.
"Há muito tempo que estamos alertando para os riscos que correm os mangues da região, por causa de sua desordenada ocupação, principalmente por unidades industriais. O incêndio nos tanques da Alemoa veio provar que nossa preocupação era plenamente justificada", afirma Marly Vicente da Silva, presidente da Associação Cultural de Desenvolvimento Social e Ambiental de Pescadores "José Tobias Barros", entidade que promove as festividades e o encontro de debates, em parceria copm a Prefeitura e a Colônia de Pescadores Z-1, da Vila dos Pescadores.
Segundo Marly, somente a união, não só dos pescadores, como das autoridades da região e, também, das empresas, tornará eficiente a luta pela preservação das área de mangue e, em consequência, dos núcleos existentes em seu entorno.
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Alexandre de Deus, de 40 anos, morador da Vila dos Pescadores e que, desde os 14, pesca na região, compartilha da opinião de Marly. "Sou testemunha de que, nos últimos anos, o mangue vem sendo cada vez mais prejudicado, não só a água, mas, também, a vegetação". Segundo explicou, a redução no número de árvores de mangue, causada por poluição ou desmatamentos, afeta o desenvolvimento das espécies marinhas. "O caranguejo, por exemplo, usa as folhas destas árvores como adubo para desenvolvimento de um fungo, com que se alimentam".
Alerta
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Assim, os tradicionais enfeites de barcos, durante a procissão marítima que ocorrerá a partir das 13 horas - em seguida à terrestre, marcada para o meio dia - terão, como companhia, faixas e cartazes com mensagens de conscientização ambiental.
As festividades serão centralizadas no portinho da Vila dos Pescadores, estando a missa campal e bênção de anzóis marcada para as 15 horas.
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