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Os permissionários dos 24 boxes da Rua Áurea Gonzales Conde, popularmente conhecida como Rua do Peixe, na Ponta da Praia, serão transferidos para a área onde tempos atrás seria o Walmart, localizada ao lado direito da saída da balsa que faz as travessias entre Santos-Guarujá. A informação, extraoficial, foi obtida com exclusividade pelo Diário do Litoral.
Segundo apurado, o acordo – uma cessão em troca do perdão de impostos municipais atrasados e que duraria três anos num primeiro momento - já estaria sendo fechado entre os donos da área e a Prefeitura de Santos. Porém, conforme apurado pela reportagem, para evitar problemas judiciais, os proprietários estariam exigindo que o acordo seja avalizado pelo Ministério Público Federal (MPF).
A questão da Rua do Peixe é antiga. A ação civil pública iniciada há 20 anos, na Segunda Vara da Fazenda de Santos, já sentenciada e que prevê a desocupação da Rua do Peixe, na Ponta da Praia, pode ser executada a qualquer momento, conforme já publicado pelo Diário do Litoral em abril deste ano.
Também com exclusividade, o DL publicou um posicionamento do promotor do Meio Ambiente e Urbanismo, Daury de Paula Júnior, que revelou, à época, que já havia pedido vistas ao processo para saber quais os argumentos da Prefeitura de Santos sobre a questão da transferência. Ele estava na iminência de solicitar à Justiça a execução da sentença. “Uma tentativa de acordo foi iniciada, mas a Administração não encaminhou resposta. Por isso, devo solicitar a execução”, disse Paula Júnior em abril passado.
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O prazo expirou em setembro do ano passado. A multa diária por descumprimento é de R$ 10 mil. Ontem, a reportagem tentou uma entrevista com o promotor, mas foi informada que ele está de férias e só retorna em agosto próximo.
A ação foi promovida pela Sociedade de Melhoramentos da Ponta da Praia e pelo Serviço Nacional da Indústria (Senai), inconformados com o mau cheiro e o barulho do local. Os comerciantes também acionaram a Justiça para permanecer na rua. Até hoje, a Prefeitura busca alternativas, como a transferência dos boxes para o Mercado Municipal ou para o Terminal Público Pesqueiro de Santos (TPPS).
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A Vigilância Sanitária já havia informado que a transferência dos comerciantes da Rua do Peixe é necessária porque as instalações foram feitas de modo precário, argumento também contestado pelos comerciantes, preocupados com o prejuízo que possam vir a ter com o deslocamento dos boxes para outro local.
A Prefeitura, que possui um projeto na ordem de R$ 1 milhão – com execução da obra por parte da Administração e pagamento por conta dos comerciantes - também estaria ainda aguardando um posicionamento da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) sobre a cessão de uma área na Avenida Mário Covas (próxima ao Mercado de Peixes). Uma das propostas para concretizar a cessão seria a criação de uma associação dos comerciantes.
Há ainda tratativas com o Ministério da Pesca e Aquicultura para a execução de obras no Terminal Pesqueiro da União, na Ponta da Praia, que permitirá expandir o Mercado do Peixe e, ainda, acomodar os comerciantes da Rua do Peixe.
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Câmara
O vereador Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB) já apresentou dois requerimentos na Câmara de Santos solicitando ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) que informe qual será a solução para o impasse. Banha quer saber se o Município irá desembolsar a multa diária de R$ 10 mil por não cumprimento da ação civil pública já sentenciada. O vereador também quer saber como está a situação da área que a Prefeitura vem negociando há anos, visando a transferência dos comerciantes.