Continua depois da publicidade
Com chapéus de papel, narizes de palhaço, apitos e línguas de sogra, os poucos permissionários que ainda resistem na Biquinha de São Vicente cortaram um bolo, às 18 horas de ontem, em protesto aos 800 dias do incêndio ocorrido no local, sem que a Administração Municipal conseguisse reconstruir o equipamento turístico mais importante do Município.
O incêndio, causado por um curto-circuito, ocorreu em dois de março de 2013, por volta das 10h30, consumindo 12 quiosques. Ninguém ficou ferido. “Desde que pegou fogo temos a promessa de recuperação do local. Estamos trabalhando de forma totalmente imprópria. Gasto uma sandália a cada dois dias. Temos que pagar guardas para tomar conta de nossas barracas. Não sabemos até quando vamos resistir”, disse Joanira Martins Lira, permissionária há 48 anos.
O funcionário de uma das barracas, Rogério da Silva Montalvan, também se mostra inconformado. “Aqui tudo é improvisado. Estamos perdendo clientes todos os dias. Hoje, estamos faturando 40% a menos e continuamos pagando a licença para trabalhar nessas condições”.
Luciana Pereira Silva, há 20 anos no local, também reclama. “Somos sobreviventes. Antes do incêndio, eu tinha quatro funcionários. Hoje, meu irmão me ajuda de forma voluntária. Eu não estou conseguindo pagar todas as contas e comprar comida para casa”.
Continua depois da publicidade
Vereadores
Os vereadores Pedro Gouvêa (PMDB) e Perivaldo Oliveira Santana, o Perivaldo do Gás (PSB), foram apoiar os permissionários. “Temos acompanhado essa situação. Como explicar ao turista uma situação desta? Estamos próximos do maior cartão-postal de São Vicente (Ponte Pênsil). Há seis meses que a Prefeitura alega estar em licitação a reforma da Biquinha. Mas o processo nunca chega ao seu final. Estamos cobrando da Prefeitura e vamos continuar”, afirma Perivaldo do Gás.
Continua depois da publicidade
“Isso (protesto) não retrata apenas o momento. Mas sim, tudo que estamos vivendo no Município. O descaso é geral. Se o principal ponto turístico está assim, quem dirá os demais.
Apresentei indicações, requerimentos e vou cobrar datas. Quando começam e terminam as reformas. Já passaram dois anos e meio e a verbas do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias) estão sendo perdidas por falta de projetos e documentos. São R$ 8 milhões por ano e vamos chegar a perdas na ordem de R$ 24 milhões. É incompetência pura”, reclama Gouvêa.
Prefeitura
Continua depois da publicidade
Procurada, a Prefeitura de São Vicente informa, por meio da Secretaria de Obras e Meio Ambiente (Seobam), que o início dos trabalhos não foi adiado e a previsão é 60 dias. Orçada em R$ 2.780.958,09, a obra deverá ser concluída em 12 meses.
A Secretaria de Assuntos Jurídicos (Sejur) informa que após a licitação foi iniciada a fase de habilitação das empresas participantes para definir qual será a vencedora. No local, havia 14 quiosques.