Flanelinhas ficam aguardando passageiros e os abordam na rua / Nair Bueno/DL
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Os turistas que chegam a Santos pela rodoviária da cidade passaram a ser recebidos por uma comitiva de boas-vindas que vai crescendo cada vez mais desde dezembro. Uma pena, porém, que não sejam acolhidas muito calorosas uma vez que as pessoas que recebem os mais novos hóspedes que estão conhecendo o município, muitas vezes pela primeira vez, sejam em sua maioria pedintes e flanelinhas.
O cenário é real e ocorreu até mesmo com a Reportagem do Diário do Litoral ao estacionar o veículo do jornal na região da Praça dos Andradas no começo da tarde desta quarta-feira (4). Diversos homens que não têm mais do que 30 anos de idade se revezam enquanto abordam motoristas que chegam ao local para acessar o Terminal Rodoviário de Santos. Durante o período de 30 minutos, um total de sete abordagens foram registradas.
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De acordo com testemunhas, muitos pedem dinheiro em troca de 'cuidar' do automóvel, já outros são mais diretos e começam a pegar as bagagens de dentro do porta-malas dos automóveis sem dar prévio aviso para tentar convencer os passageiros a ceder alguns trocados. Outros, nem ao menos se mantém do lado de fora do local e decidem seguir turistas, moradores e funcionários até o interior da própria rodoviária.
"Algumas vezes chegam três ou quatro em volta do cliente no guichê para comprar passagens e pedem dinheiro. Insistem e a pessoa fica acuada, com medo. Muitos deles a gente vê que são dependentes químicos e a situação piorou demais de dezembro pra cá. Nós temos alguns seguranças na rodoviária, mas ele não conseguem dar conta porque são muitos pedintes", afirma uma funcionária que prefere não ser identificada.
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Um dos comerciantes afirma que a situação se agravou desde os primeiros meses do ano. De acordo com Nuno Saraiva, de 60 anos, e que é proprietário de um estabelecimento comercial dentro da rodoviária desde 1981, o número de pessoas que aparece pedindo diariamente aumentou consideravelmente.
"A gente acaba reconhecendo a maioria depois de tantos meses os vendo por aqui, mas posso te afirmar com certeza que todos os dias surge uma cara nova aqui dentro, tem sempre um novo pedinte que ainda não conhecíamos e alguns deles são agressivos. Outro dia duas senhoras sentaram aqui para comer um lanche e chegaram quatro homens que as cercaram e começaram a pedir dinheiro e para pagar algo para eles. As duas ficaram muito assustadas, com medo mesmo", afirma.
A Reportagem verificou que alguns seguranças da rodoviária realmente realizam rondas pela rodoviária a todo instante, mas como observado pelos funcionários, as entradas e saídas são muitas e a maioria das pessoas que entram para pedir dinheiro se aproveita de momentos de distração. Apesar disso, os pedintes se concentram na Praça dos Andradas em um local que antes contava sempre com uma viatura da Guarda Civil Municipal, mas que não tem mais sido vista.
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Usuária da rodoviária tanto em períodos de baixo quanto alto movimento, a estudante Rebeca Carla, de 19 anos, diz que é sempre abordada por algumas pessoas no momento em que chega para comprar passagens e até enquanto espera o ônibus chegar.
"Hoje mesmo eu fui abordada e isso é muito feio para a cidade porque muitas vezes os turistas chegam e essa é a primeira imagem que eles têm de Santos. Eu viajo um pouco e todo mundo de fora daqui tem uma excelente impressão da nossa cidade, mas quando essas mesmas pessoas vêm conhecer, acabam se deparando com um monte de flanelinhas e pedintes logo de cara. Fica a primeira impressão que a nossa cidade é muito mal cuidada", diz.
Em nota, a prefeitura afirma, por meio de sua assessoria, que a rodoviária conta com segurança particular no local e a administração municipal, por meio da GCM, informa que efetua rondas nas imediações da rodoviária periodicamente. Quando se deparam com irregularidades são tomadas as providências.
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As autoridades afirmam que a GCM orienta e auxilia os cidadãos em situação de rua, acionando profissionais da Secretaria de Desenvolvimento Social.