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A principal reivindicação do Movimento Passe Livre - redução da tarifa do transporte público em Santos, que hoje custa R$ 2,90 - não está descartada pelo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).
Segundo disse nesta quarta-feira (19), em entrevista coletiva, a redução depende exclusivamente da desoneração de tributos (exemplo: Imposto Sobre Serviços – ISS) por parte dos governos estadual e federal, visto que o município não cobra impostos sobre o transporte público. "Se houver desoneração, serei o primeiro a propor a redução", disse.
O prefeito disse que irá perseguir esse objetivo e estudar condições para que a redução ocorra. "Muitos municípios estão reduzindo a tarifa porque a aumentaram e isso não ocorreu em Santos. Se tivéssemos algum tributo municipal sobre a tarifa, eu encaminharia um projeto à Câmara para retirá-lo".
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Embora as lideranças do Movimento tenham decidido, esta semana, que seria cedo para um encontro com o prefeito, Paulo Alexandre garante que o canal de comunicação permanecerá aberto e ratificou que não haverá aumento pelo menos nos próximos 25 meses. "Santos é a única cidade do Brasil que vai ficar dois anos sem qualquer tipo de movimentação nas tarifas".
O prefeito vê com otimismo a intenção do Governo Federal de desonerar as tarifas e disse que se isso também partir do Governo do Estado, permitirá mais avanços relacionados à tarifa cobrada no município. "Isso também pode ocorrer com a integração tarifária e a adoção do bilhete único, objetivos que já estamos perseguindo", revelou.
Ainda nesta quarta-feira, o prefeito, num primeiro momento, descartou outra reivindicação dos manifestantes: a volta dos cobradores. Segundo o prefeito de Santos, a volta dos profissionais iria incidir nos custos da empresa e, consequentemente, repassados às tarifas. "Toda medida que acrescenta valores causa impacto na tarifa".
O prefeito ratificou o que ele considera avanços relacionados ao transporte — cartão, ar-condicionado, Wi-Fi e piso baixo nos ônibus e outros — e anunciou três medidas: a criação da Comissão Municipal de Transportes (que deve ser composta hoje com representantes da sociedade); a realização de avaliações periódicas do setor e a publicação, no Diário Oficial, de todas as notificações e autuações realizadas pela Prefeitura junto à Piracicabana, concessionária do serviço.
"Meu governo já aplicou duas multas contratuais e 166 autuações, desde janeiro, relacionadas a atrasos nas viagens, número insuficiente de veículos, enfim, todas as operações que envolvem o sistema. O primeiro fiscal da concessionária no município sou eu. Santos será referência no transporte público no Brasil", garante.
Sobre a questão de tarifa subsidiada pelo município por intermédio, por exemplo, do repasse da receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito, o prefeito disse estar aberto para discussão e garantiu que irá, no ano que vem, quando termina o contrato com a Piracicabana, promover um processo licitatório amplo e bem competitivo, em que pode haver mais de uma empresa prestando o serviço. "O que deverá trazer impactos positivos às tarifas", finaliza.
Antonieta pede agilidade na aprovação de incentivos
Nesta quarta-feira (19), a prefeita de Guarujá e vice-presidente para Assuntos das Finanças Públicas da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Maria Antonieta de Brito (PMDB), participou de audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e defendeu agilidade na aprovação do Projeto de Lei que institui o Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo (Reitup).
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Para Antonieta, os altos custos do transporte coletivo impedem que as prefeituras arquem com índices maiores de subsídios. "Guarujá já está em seu limite nos benefícios concedidos", disse Antonieta.
O Reitup vai garantir que estados e municípios apliquem desonerações no ICMS e no Imposto Sobre Serviços, reduzindo sensivelmente o preço da passagem do transporte coletivo. O impacto previsto na tarifa pode chegar a 12 centavos. O Reitup prevê que a planilha de custos incidente sobre as tarifas seja transparente e que os municípios providenciem a licitação do transporte público.
Vale lembrar que, nos próximos 15 dias, o Congresso pode aprovar a desoneração total para o transporte público, conforme revela o presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), e o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator na Câmara do projeto que reduz os tributos para o transporte público, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
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Segundo eles, é possível fazer alterações no texto em discussão no Senado para ampliar as desonerações, que resultaria em queda de 7% a 15% nas tarifas de ônibus, dependendo do município. Pela proposta em discussão, também seriam zerados o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre o óleo diesel, cuja alíquota é 3,65% e o PIS e a Cofins de bens e equipamentos de transporte urbano.
Além disso, a alíquota da contribuição para a Previdência Social das empresas de ônibus, que havia passado de 20% da folha de pagamento para 2% do faturamento, cairia ainda mais: para 0,5% sobre o faturamento. Em troca, os estados que aderissem à desoneração total teriam de abrir mão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os mesmos bens e produtos, e as prefeituras teriam de zerar o Imposto sobre Serviços (ISS) sobre o transporte urbano. Publicada no dia 1º, a medida provisória zerava o PIS e a Cofins das tarifas de transporte urbano.
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