Cotidiano

Pastor André Valadão lança cartão de crédito consignado para fiéis e gera polêmica

Pastor na mineira Igreja Batista Lagoinha, ele foi repreendido dentro e fora do meio evangélico pelo que, segundo seus críticos, seria a comercialização oportunista de uma crença.

Folhapress

Publicado em 02/03/2019 às 18:07

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Pastor é um dos mais populares do Brasil. / Instagram/Andre Valadão

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Vai com Fé que todas as suas contas serão pagas. Fé, aliás, que cabe na palma da sua mão e foi anunciada como um ótimo negócio, um negócio "de Deus", durante um culto de fevereiro ministrado por um dos pastores mais populares do Brasil.

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Menos vantajosa foi a polêmica que se seguiu à propaganda de André Valadão para o mais novo produto de sua marca gospel, #FéPraTodoLado: um cartão de crédito consignado batizado Fé.

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Pastor na mineira Igreja Batista Lagoinha, ele foi repreendido dentro e fora do meio evangélico pelo que, segundo seus críticos, seria a comercialização oportunista de uma crença.

Popular entre aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o cartão consignado é uma modalidade em que a fatura é descontada todo mês no contracheque.

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O oferecido por Valadão vem com um selo do BMG, embora o banco negue qualquer ligação com o produto.

O pastor é apenas "correspondente bancário, podendo ofertar e recomendar o BMG Card", disse à reportagem a assessoria de imprensa do BMG.

O que não significa, de acordo com a instituição, que haja "qualquer vínculo direto com a marca Fé".

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Não foi o que Valadão deu a entender quando, para fiéis, divulgou a novidade de sua grife evangélica, que contempla de capacetes a produtos escolares.

"No cartão de crédito, você paga 30% de juros. O banco ofereceu isso aqui, nunca fizeram isso antes, então é algo que eu achei muito legal, achei de Deus. Falei, cara, bênção, vai para cima, tira tudo quanto é taxa, deixa só a administrativa", disse no púlpito.

Continuou a louvar o novo item no portfólio: "Não tem Serasa, não tem nada. Aleluia!".

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Valadão lidera uma banda gospel famosa no segmento, a Diante do Trono, e chegou a ser cogitado para engrossar a bancada evangélica no Congresso, como candidato ao Senado simpático ao bolsonarismo.

Ante a controvérsia instaurada com seu cartão, ele gravou um vídeo para se explicar pelo empreendimento.

"Tem muita gente que está revoltada, pensando que a gente está comercializando a fé ou a igreja", afirmou.

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Mas não confunda as coisas, pediu em seguida: "Gente, deixa eu te falar, a marca Fé é uma marca como outra".

Não vá achando o fiel que, se usar uma das mercadorias dessa grife, Deus vai iluminar sua vida. "Compre da marca Fé e seu casamento vai ser restaurado" ou "use o boné Fé e seu cabelo vai crescer" são dois exemplos do que aí, sim, seria, segundo Valadão, falsa propaganda.

O pastor não quis falar com a Folha. No vídeo, disse que divulgou o cartão em um momento do culto específico para avisos "de coisas que acontecem fora da igreja".

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"Imagina se vou falar de lançamento de cartão de crédito no meio de uma pregação. Eu não misturo as coisas."

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