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A Polícia Militar se preparou para uma guerra nesta quarta-feira em São Paulo. Logo na Avenida Paulista, quando a passeata de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) fechou a via sentido Paraíso, motos, policiais com escudos e viaturas "enveloparam" o grupo de manifestantes, que foram cercados. Policiais do Choque enchiam os corredores da Assembleia Legislativa, para onde os manifestantes se dirigiam. Depois de duas horas de caminhada, no entanto, os estudantes da USP, Unicamp e Unesp fizeram alguns discursos e dispersaram de forma pacífica.
A ideia dos estudantes, após a decisão da Justiça que indeferiu a reintegração de posse da reitoria da USP, é continuar nas ruas e no imóvel até que ocorra eleições diretas para reitor. "Foi a primeira vitória do movimento dos estudantes. A Justiça deu um recado claro que trata-se de um movimento legítimo e democrático E que a reitoria tem que deixar de lado a intransigência e debater a nossa pauta", afirmou o Pedro Serrano, presidente do Diretório Central dos Estudantes da USP.
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Havia muita tensão das autoridades e manifestantes com eventuais excessos. Na segunda-feira, o protesto em apoio aos professores do Rio de Janeiro acabou em confronto, lojas depredadas, uma viatura da Polícia Civil tombada pelos black bloc, sete feridos e onze detidos - dois deles foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional. No dia seguinte, o Governo endureceu o discurso e prometeu fazer um único inquérito e processar manifestantes suspeitos de pertencerem aos black bloc por associação criminosa. Também liberou o uso de balas de borracha para reprimir manifestantes.
O evento desta quarta começou no vão livre do Masp e teve características parecidas com os protestos de junho, liderados pelo Movimento Passe Livre. As batidas ritmadas da Fanfarra do Mal davam o ritmo das palavras de ordem, que pediam democracia na USP e atacavam o reitor João Grandino Rodas. "A reitoria eu vou ocupar e meu reitor decapitar", cantavam os estudantes.
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A PM estimou em 300 o total de manifestantes. Para acompanhá-los, havia 200 homens, que não tiveram trabalho algum. "Os estudantes não estavam no propósito de tumultuar", disse o capitão Ronan. Dentro da Assembleia, no entanto, o efetivo era de quase o mesmo.
Na hora em que os manifestantes chegaram, por volta das 19h30, havia 66 homens da Tropa de Choque espalhados pelos corredores e no estacionamento, enquanto no Plenário contava-se apenas 29 deputados dos 94.
Os estudantes, no entanto, que previam participar de uma audiência pública sobre a universidade no plenário da Assembleia, desistiram de entrar porque o Governo não mandou representantes. Eles fizeram jograis falando sobre o sucesso da passeata e repetiram o slogan do MPL nos protestos pela redução da tarifa "Amanhã vai ser maior".
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