O registro em foto e a publicação em uma rede social foi feito pela artista Simone Anjos / Simone Anjos/Divulgação
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Um ninho encontrado hoje (15) no chão perto de uma árvore seca, em frente ao cemitério vertical (Memorial), em Santos, chamou a atenção dos munícipes não só pela beleza da engenharia do ninho, mas pela quantidade de lixo que o passarinho acabou utilizando na construção dele.
O registro em foto e a publicação em uma rede social foi feito pela artista Simone Anjos. Na imagem, além de penas, galhos secos e palha - comumente usados para fazer ninhos - há fita plástica, fitilho de amarrar embalagem de presente e algodão sintético, usado para rechear bichos de pelúcia, destaca Simone.
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Para o biólogo Pedro Trasmonte, por ser uma zona urbana, quase todos os ninhos de aves vão apresentar algum resíduo de lixo gerado pelos humanos, principalmente o plástico.
Ele explica que estes micros resíduos podem causar, em análise superficial, dois problemas. Quando usado na construção do ninho, pode ocorrer a intoxicação do filhote ou até mesmo da ave adulta. Se ingerido, pode obstruir o bico e matar por asfixia.
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“Infelizmente é algo comum no meio urbano. O problema é ainda maior porque já encontramos resíduos de lixo nos ninhos de aves marinhas, por exemplo, à 40km da Costa. Eu mesmo presenciei isso ao monitorar a Laje de Santos enquanto trabalhava na Fundação Florestal”, conta Pedro.
Para mudar isso, o biólogo repete o que tantos outros profissionais que estudam o meio ambiente falam pelo mundo: a sociedade precisa mudar os hábitos de consumo.
“Simples, mas complexo. A maioria dos resíduos encontrados em ninhos de aves são plásticos da categoria do microlixo - aquele difícil de ser recolhido. Por isso, optar por alternativas em nossos hábitos diários que reduzam ou eliminem a produção desse tipo de material é, possivelmente, a forma mais eficaz de ajudar as aves, e o meio ambiente”.
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