Cotidiano
A postagem foi feita em janeiro de 2025, mas o caso ganhou repercussão apenas na primeira quinzena de abril
As redes sociais da aluna foram desativadas após a viralização do conteúdo / Reprodução/Redes Sociais
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Uma estudante de medicina publicou um vídeo nas redes sociais mostrando um exame ginecológico realizado em uma UPA de Anápolis (GO). As imagens mostram a preparação do procedimento e as partes íntimas da paciente, que está deitada em uma maca, ficaram expostas.
A postagem foi feita em janeiro de 2025, mas o caso ganhou repercussão apenas na primeira quinzena de abril. As redes sociais da aluna foram desativadas após a viralização do conteúdo.
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Ela estudava em uma universidade de Anápolis e a Secretaria Municipal de Saúde da cidade, assim que tomou conhecimento do caso, notificou a instituição de ensino e solicitou providências. Na sequência, a universitária foi transferida para uma instituição de ensino em Tocantins.
De acordo com o portal G1, a aluna foi contatada, mas não se manifestou em relação ao caso e a Polícia Civil também não informou se há um uma investigação em curso a respeito do caso.
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A faculdade enviou uma nota ao site de notícias informando que “adotou todas as medidas cabíveis para apurar a situação com rigor e aplicou as sanções disciplinares pertinentes”.
A violação do sigilo e da privacidade do paciente é considerada uma questão grave de acordo com os princípios éticos que regem o atendimento médico.
Para Larissa Pires, ginecologista e obstetra, especializada em reprodução humana e medicina fetal, a gravação e posterior divulgação de um procedimento ginecológico em redes sociais viola princípios fundamentais do Código de Ética Médica mesmo em casos de eventual consentimento do paciente.
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“É preciso resguardar o sigilo profissional e a proteção à intimidade e à imagem do paciente. Existe, ainda, uma proibição de transformar o ato médico em ferramenta de autopromoção. Além disso, se a acadêmica atuou sem supervisão adequada, a instituição de ensino e o preceptor responsável também podem ser formalmente responsabilizados”, afirma.
Larissa explica ainda que o por ser um procedimento íntimo, o cuidado deve ser redobrado. “Há limites éticos que não devem ser ultrapassados. Gravações com finalidade exclusivamente educativa devem ser feitas em ambiente acadêmico controlado, com supervisão de um médico responsável e garantia de anonimato total.”, finaliza.