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Um grupo de jornalistas se reuniu ontem com engenheiro responsável pelo projeto Submerso – Túnel Santos/Guarujá, Estanislau Marcka, para tirar dúvidas sobre questões técnicas do projeto, no escritório da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), em São Paulo.
Mais uma vez, a empresa explicou sobre o projeto, sobre como o traçado foi escolhido, sobre como se optou pelo túnel e o que este empreendimento irá impactar na vida das duas cidades. Após a apresentação do projeto, os engenheiros foram questionados sobre a principal preocupação da população: as desapropriações.
Marcka explicou que todas as possibilidades expostas pela comunidade serão analisadas. “O projeto apresentado para análise tem aquela solução que nós consideramos a melhor e a solução foi definida não só pela Dersa, como também pelas prefeituras e pela Codesp. Esse processo de licenciamento e de consulta pública servirá para a gente ouvir a comunidade e a todos que tenham uma contribuição a dar. O projeto que sai licenciado, normalmente, é melhor do que aquele que entrou. E a nossa intenção, evidentemente, é causa o menor impacto negativo possível. Havendo contribuições, elas serão analisadas”, explica o coordenador do projeto. As audiências públicas já têm datas marcadas: dia 12 de novembro, em Santos, e dia 13 de novembro, em Guarujá.
O engenheiro também desmente especulações que amedrontam, principalmente, os moradores do Macuco/Estuário e garante que será pago o valor de mercado pelas moradias. “É feita uma avaliação de preço de mercado. Inclusive, a consulta é feita em imobiliárias da região. Nada de valor venal e nem de escritura. Se o proprietário aceitar a avaliação, é feito o pagamento à vista no ato da escritura”, reafirma.
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Impactos
Os moradores e as autoridades políticas da Região questionam a escolha do local onde o túnel será imerso, alegando que um túnel na entrada da Cidade – na altura da Alemoa – seria menos impactante para população. Sobre esta questão, Marcka explica que todas as possibilidades foram analisadas e a alternativa escolhida atendia às restrições feitas pela autoridade portuária e ao Comando Aéreo da Região, que responde pela Base Aérea de Santos.
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“Nós analisamos sete alternativas locacionais e consideramos os treze projetos já existentes. Entre as alternativas de locação selecionadas, por coincidência, está a mesma localização do projeto Prestes Maia, de 1947, ou seja, no meio do canal do Porto de Santos. Nós acabamos ficando com duas alternativas: uma na Alemoa/Itapema e a outra no Outeirinhos/Vicente de Carvalho. Considerando uma série de condições – geologia, sistema viário urbano atual e futuro, bens tombados pelo patrimônio, de acessibilidade e mobilidade urbana – nós acabamos optando pela alternativa que sai do Cais de Outerinhos, no Macuco, e chega no linhão da Codesp, do lado de Vicente de Carvalho”, comenta.
Durante a apresentação do projeto, o engenheiro explicou que a alternativa com saída pela Alemoa, em Santos, é impossibilitada por três questões: a Pedra do Itapema, um terminal de desembarque do lado de Santos e uma linha férrea no lado de Guarujá.
“A macrolocalização do projeto é aquela. Em termos de desapropriação no Macuco, nós estamos afetando a região através das rampas de acesso. Essas rampas foram estudadas e definidas em conjunto com a própria Prefeitura de Santos no sentido de causar um menor impacto possível no sistema viário urbano”, explica o engenheiro. Para ele, apontando estudos do projeto, um túnel localizado com entrada e saída na Alemoa atrairia somente os veículos de carga e não solucionaria o trânsito ocasionado na Ponta da Praia, ocasionado pelos veículos de passeio. Ele explica ainda que a localização escolhida atende a todas as demandas.
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Além disso, Marcka tenta acalmar os moradores do Macuco que estão assustados com as intervenções da Dersa na área. “O nosso processo de elaboração do projeto passa por algumas etapas: primeira coisa que a gente faz para ter um bom projeto é um levantamento topográfico da região. Após definir a solução e ter o licenciamento prévio, nós teremos a definição exata das faixas necessárias e é feito, em cima disto, um decreto de utilidade pública, que define uma faixa um pouco maior. Normalmente, não se desapropria toda aquela área constante no decreto. Isso é muito comum em projetos rodoviários. Nós trabalhamos no projeto com uma área maior em função de incertezas, não só durante o detalhamento do projeto como também durante a execução. Então, quem viu uma manchinha branca pintada no seu passeio, não se preocupe, está dentro da faixa de levantamento topográfico, não da faixa a ser desapropriada”, garante.
Tombamento
Sobre um possível tombamento das casas populares do Macuco, descrito em matéria na página 4 desta edição, Marcka não se mostra preocupado. “Há uma hipótese, um vereador de Santos está propondo o tombamento daquelas casas. É um processo longo e precisa ter uma justificativa. Então, é difícil trabalharmos com hipóteses agora, mas se realmente for tombado vamos precisar estudar uma solução”.
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