Cotidiano

Para FMI, Brasil tem arma para lidar com fuga de capital

Uma destas armas é o alto nível de reservas internacionais do País, que podem ser usadas para prevenir uma disparada do dólar, destaca o estudo do FMI

Agência Brasil

Publicado em 07/10/2013 às 14:50

Atualizado em 19/07/2022 às 14:30

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O Brasil teria armas para enfrentar a reversão dos fluxos internacionais de capital que pode ocorrer com a mudança da política monetária nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos, conclui um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta segunda-feira (07). Mesmo se houver uma "fuga significativa" de recursos estrangeiros, o País teria "certa" margem de manobra.

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Uma destas armas é o alto nível de reservas internacionais do País, que podem ser usadas para prevenir uma disparada do dólar, destaca o estudo do FMI. Outra possibilidade seria o Banco Central reduzir o nível alto das taxas do depósito compulsório exigido dos bancos, o que poderia contornar eventuais problemas de liquidez no sistema financeiro.

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O relatório destaca que nem bancos nem empresas brasileiras "dependem muito" do capital estrangeiro para se financiar, o que seria outra vantagem do Brasil para lidar com a possível saída de recursos externos.

Pelo lado negativo, uma reversão dos fluxos de capital pode complicar o financiamento do déficit da conta corrente do balanço de pagamentos. As taxas de juros de longo prazo do Brasil são historicamente muito sensíveis aos movimentos da política monetária dos EUA, destaca o FMI. Além disso, o mercado financeiro brasileiro é também muito influenciado pelas condições do mercado internacional, mais até que outros países emergentes, mostram estudos econométricos feitos pelos economistas do Fundo.

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O Brasil fez parte de um estudo de caso do FMI com outros 12 países, emergentes e desenvolvidos, para analisar as consequências das mudanças da política monetária norte-americana. O objetivo foi ver como esses países reagiram desde o final de maio, quando o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, anunciou pela primeira vez que parte dos estímulos monetários poderia ser retirada até o fim deste ano. Além do Brasil, estão na lista países como Austrália, Canadá, China, Índia e Rússia.

No geral, os 13 países analisados lidaram bem com a mudança do cenário na economia global, de acordo com o relatório do FMI. "Nenhum destes países exibiu instabilidade financeira ou econômica aguda ou generalizada", afirma o relatório, destacando que alguns destes mercados se mostraram mais resistentes que outros. Os países mais desenvolvidos (como Canadá e Austrália) e os emergentes mais resistentes e/ou menos expostos devem lidar melhor com a mudança da política do Fed. Já outros países mais expostos e menos resistentes ficariam mais vulneráveis.

O relatório destaca que os 13 países receberam grande volume de capital externo desde a crise financeira mundial, com a adoção das políticas monetárias não convencionais nos mercados desenvolvidos. No Brasil, entre os efeitos citados no estudo, estão a valorização do real, uma alta forte do preço dos imóveis em algumas cidades, crescimento do crédito e a adoção do governo de medidas para administrar estes fluxos.

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