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Angelita Aragão Teixeira tinha 42 anos de idade, três filhos, e morreu no último sábado, dia 26, em Cubatão. Pouco tempo antes de falecer, ela teria sido atendida no Pronto Socorro Central, anexo ao Hospital Municipal, e liberada para ir para casa. Uma tia de Angelita afirma que ela faleceu em casa, na companhia da filha, e acusa a equipe que a atendeu de negligência médica. Já a Secretaria de Saúde de Cubatão informa que a paciente deu entrada no PS — pela terceira vez naquele dia — com parada cardiorrespiratória. Três dias após a morte de Angelita, ainda há dúvidas se houve ou não negligência no atendimento à paciente.
No Facebook, a tia de Angelita, a funcionária pública Regina Madeira, publicou um longo texto onde descreve as circunstâncias do atendimento feito à paciente no PS Central de Cubatão. Seguem trechos do desabafo de Regina: “...a minha sobrinha, meus amigos, faleceu por incompetência, por negligência ou até mesmo descaso. Desde a madrugada de sábado ela passou pelo PS, não estava bem, estava com uma forte dor abdominal e dores nas costas, passou pelo médico que estava de plantão, ele a medicou e a dispensou”.
Regina continua a descrição da agonia de Angelita, com as dores que estava sentindo contando que “amanhecendo o dia, retornou ao PS, pois não tinha passado as dores, foi medicada com um ‘sorinho’ e novamente foi embora, mais ou menos por volta das 14 horas. Às 15h30, retornou ao PS, foi medicada novamente, com soro. Ela reclamou que não estava bem, o médico prescreveu um eletrocardiograma, raio-x e um hemograma, e reclamava que queria ser internada, pois não estava bem. O médico prescreveu uma injeção de Tramal, Dipirona e novamente soro, e a dispensou, não através do prontuário da mesma e, sim, verbalmente, e ela falou que não estava bem, ele respondeu que todos os procedimentos já teriam sido feitos, e que ela retornasse na segunda-feira para fazer um ultrassom. Ela e sua filha foram embora, e sabe o que aconteceu? Veio a óbito. Só fomos atendidas quando cheguei, porque sou servidora. A minha sobrinha Angelita faleceu deixando três filhos, de 18, 17 e 11 anos. Onde iremos parar?”.
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Prefeitura responde
Procurada, a Prefeitura de Cubatão esclareceu em nota que: “A propósito do óbito da paciente Angelita Aragão Teixeira, de 42 anos, ocorrido sábado, dia 26, no Pronto Socorro Central, a Secretaria Municipal de Saúde esclarece: A paciente deu entrada no PS às 4h25 do mesmo dia, queixando-se de dores abdominais que, conforme ela mesmo explicou, poderiam estar sendo causadas por alimento ingerido momentos antes. A paciente realizou exames de sangue e foi-lhe aplicada medicação adequada ao caso, determinado repouso no local e solicitada ultrassonografia do abdômen, que deveria ser realizada hoje, segunda-feira, dia 28 (ontem). Entretanto, às 11h10 de sábado, como a paciente ainda se queixasse da permanência das dores, aplicou-se nova medicação e, às 12h48, foi realizada uma ultrassonografia abdominal.
Às 18h25, a paciente foi submetida a exame de eletrocardiograma. No período em que deveria aguardar pelo resultado, a paciente, sem a liberação médica e sem comunicar, retirou-se da unidade. Cabe informar que todos os exames apresentaram condições normais.
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Pouco tempo depois, às 19h15, a paciente, trazida por uma ambulância do SAMU, deu entrada no setor de emergência apresentando parada cardiorrespiratória (PCR) há cerca de 10 minutos. Imediatamente tentou-se a reanimação cardiorrespiratória (RCP) por 30 minutos, sem restabelecimento dois sinais vitais. Às 19h40 foi constatado o óbito.
Os familiares foram comunicados do fato pelo médico de plantão e orientados de que obteriam, do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), informações sobre a causa-mortis, conforme os procedimentos de praxe.
A Ouvidoria da Saúde acompanhou os familiares durante o fato e está à disposição dos mesmos. A Secretaria de Saúde esclarece, ainda, que foi aberto hoje procedimento administrativo sobre o caso, onde todos os envolvidos serão ouvidos”.
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Sepultamento
O corpo de Angelita Aragão foi sepultado no Cemitério Municipal de Cubatão às 16h45 de domingo. O velório foi aberto por apenas uma hora e quarenta e cinco minutos à família, segundo informações divulgadas por Regina.