Cotidiano

Paquistaneses presos em escombros de fábrica pedem ajuda pelo celular

Membros da equipe de resgate temem que aumente o atual número de mortos no incidente, de 18 pessoas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/11/2015 às 14:18

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Os sobreviventes presos aos escombros de uma fábrica que desmoronou nesta quarta-feira (4) em Lahore, no leste do Paquistão, estão usando seus celulares para pedir ajuda. Membros da equipe de resgate temem que aumente o atual número de mortos no incidente, de 18 pessoas. A tragédia joga luz nos baixos padrões de segurança das fábricas no sul da Ásia.

Cerca de cem sobreviventes foram retirados dos escombros do prédio da empresa, que produzia sacolas plásticas a cerca de 20 quilômetros de Lahore. Os responsáveis pelo resgate afirmam que dezenas de trabalhadores ainda estão aglomerados no porão da fábrica.

"Estávamos trabalhando no primeiro piso quando o telhado desabou", disse um dos trabalhadores, Liaqat Ali, que usou o celular para falar com uma rede de televisão. "Agora já consigo ouvir o barulho das máquinas, o que me dá esperança de que vou sair daqui vivo."

As autoridades informaram que 150 pessoas estavam no prédio quando ele desabou e que os trabalhos devem ser feitos em velocidade mais lenta, para garantir a segurança daqueles que ainda estão presos e evitar novos colapsos da estrutura.

Sobreviventes feridos afirmam que o dono da fábrica, que reformava o prédio para construir um terceiro andar, ignorou os conselhos do empreiteiro e os pedidos dos trabalhadores para interromper a construção.

Verificou-se o surgimento de rachaduras nas paredes depois do terremoto da última semana. O tremor, de magnitude 7,5, matou mais de 300 pessoas no Paquistão e no norte do Afeganistão, além de danificar milhares de estruturas.

"O dono da fábrica teve uma discussão séria com o empreiteiro, que o aconselhou a paralisar o trabalho por conta das rachaduras, que surgiram após o terremoto", disse Mohammed Ramzan, trabalhador preso nos escombros, que falou com a equipe de resgate por telefone.

O dono da fábrica estaria entre os mortos, disse um oficial do governo, Mohammed Usman. Os representantes da gerência da fábrica não foram localizados para comentar o desmoronamento.

Mohammed Yunis Bhatti, oficial do serviço de emergência Edhi, informou que 97 pessoas haviam sido retiradas dos escombros.

O setor de construção paquistanês é leniente com a vigilância nas obras e as construtoras frequentemente desprezam os códigos de segurança.

Em setembro de 2012, 289 pessoas morreram queimadas em um incêndio em uma fábrica de roupas na cidade de Karachi, no sul do país. No mesmo dia, um incêndio em uma fábrica de sapatos em Lahore matou 25 pessoas.

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