Papai Noel santista usa cinto feito com chupetas que ganhou ao entregar presentes

Todas as tardes a partir das 14h, João Martins Calçada Júnior, de 64 anos, se senta em uma poltrona vermelha, no pátio do shopping Super Center Boqueirão, em Santos, caracterizado de Papai Noel. As famílias e crianças que passam, notam um diferencial. Em seu cinto, dezenas de chupetas de crianças que lhe presentearam ao longo dos anos, seja durante as conversas e fotos com o Papai Noel ou seja no momento em que João leva os presentes em suas casas.

Ele leva consigo um cinto com cerca de 40 chupetas, tradição que existe desde que começou a fazer entregas de presentes à residência no Natal.

É o primeiro ano em que ele trabalha como Papai Noel no Super Center Boqueirão, porém sua experiência como Papai Noel tem cerca de 30 anos. O negócio é de família. Seu pai já trabalhava se caracterizando e passou a tradição para ele. Atualmente João possui um grupo de animação, onde ele se veste de Papai Noel e seu sócio como Coelho da Páscoa.

João conta como iniciou com a tradição das chupetas. "Tudo começou no primeiro ano em que eu e meu grupo decidimos realizar a entrega de presentes nas casas das crianças, em 2001. Estávamos em São Vicente, quando fui dar a bicicleta que a criança tinha pedido e prometido aos pais que se ganhasse o que queria ela pararia de usar a chupeta. Então ela me entregou assim que viu o presente". Desde então, todos os anos ele leva consigo esta primeira "lembrança" que recebeu e as outras dezenas de chupetas que coletou ao longo dos anos.

VISITA

No Natal de 2021, duas novas chupetas foram adicionadas ao cinto, uma do Lucas e outra do Samuel. Ele conta que o último retornou ao local para verificar se sua chupeta ainda estava com ele. "Eu continuo com esse trabalho porque lidar com as crianças me traz muita felicidade e paz".

Ele já fez parte da diretoria do Núcleo de Apoio a Crianças com Necessidades Especiais (NACNE) e conta que esse contato proporcionou um dos momentos que mais lhe marcaram como Papai Noel. "Em 2018 eu estava na Arena Santos para fazer um trabalho com crianças especiais, eu atendi duas crianças autistas e eles me deram tanto amor e carinho que é difícil não retribuir".

João divide seu tempo entre se caracterizar de Papai Noel em seu grupo de animação e sua paixão por trabalhos voluntários. "Já fiz e faço muitos voluntariados, mas prefiro que fiquem no anonimato. Tem um ditado que diz que o que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber, senão não é caridade", afirma.

Após completar seu trabalho como Papai Noel no centro comercial, o que deve ocorrer na sexta-feira (24) véspera de Natal, João fará a entrega de presentes com seu colega de trabalho, caracterizado de duende, pelas cidades da Região.

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